
1. É enorme a curiosidade na TVI acerca dos planos de José Eduardo Moniz. Eu também estou à espera para ver o que vai acontecer na realidade. Para já, a redação é o sítio onde o regressado diretor-geral, que tomou posse em 17 de fevereiro, tem passado mais tempo, sendo visto em grandes conversas com a equipa responsável pela Informação. O primeiro sinal de que as coisas poderão não ficar como estão é o ‘Jornal da Uma’, que sofreu alterações significativas já na segunda-feira, dia 4, nomeadamente nos apresentadores – a aposta na dupla Cátia Nobre e José Carlos Araújo – e nas dinâmicas.
As expectativas maiores, porém, têm que ver com a relação de José Eduardo Moniz com Cristina Ferreira e com o rumo que o diretor-geral da estação de Queluz de Baixo quererá imprimir à Programação. Apetece perguntar: quanto tempo mais demorará a espera? As manhãs continuarão entregues a Cláudio Ramos e a Maria Botelho Moniz? E as tardes a Manuel Luís Goucha? E os fins de semana? Nota-se que Moniz e Cristina procuram dar sinais de cooperação entre ambos – para o bem comum da empresa de Mário Ferreira –, mas, na TVI, muitos são os que se interrogam sobre o que as aparências podem esconder… As próximas semanas deverão ser, portanto, aguardadas com atenção.
A verdade é que o fosso entre a SIC, líder de audiências, e a TVI tem vindo a diminuir, e do canal de Francisco Pinto Balsemão são cada vez mais evidentes os sinais de nervosismo e inquietação. Dou apenas dois exemplos: ‘Por Ti’ é uma novela que já nasceu morta, apesar do elenco grandioso e das ambições dos seus responsáveis; e ‘Tabu’, apesar de ser uma pedrada no charco, foi claramente uma aposta falhada de Daniel Oliveira. O derradeiro episódio da primeira temporada, no domingo, foi visto por 750 mil espectadores – o pior resultado desde a estreia.
2. Vou confessar uma coisa: tenho dificuldades em ouvir José Gomes Ferreira e José Milhazes na SIC, ou SIC Notícias, a falarem sobre economia e política. Bem diferentes nos estilos – um é refinado, o outro é rude –, os dois acabam traídos nas análises que fazem pelas suas (eventuais) cegueiras ideológicas.