
1. Muitas vezes, principalmente ao longo de este último ano, questionei aqui várias coisas, após se perceber que Cristina Ferreira não tinha arcaboiço para assumir os destinos do entretenimento e da ficção da TVI: qual a razão de José Eduardo Moniz, o homem que mais sabe de TV em Portugal, ser apenas consultor para as novelas?; qual a razão de a estação, continuando a perder nas audiências e a esbanjar dinheiro, não apostar definitivamente em Moniz?
Pois bem, se na semana passada escrevi que havia inúmeros rumores sobre uma revolução à vista em Queluz de Baixo, em algumas áreas, chegou a hora da verdade: Moniz vai regressar à TVI pela porta grande, como diretor-geral. Mário Ferreira, 16 meses depois de uma pequena aventura, decidiu (e bem) chamar o "homem do leme", nascido em Ponta Delgada há 69 anos. Cristina Ferreira perdeu o poder todo e vai ter de lhe dar satisfações.
Conheço alguns que dizem que Moniz está velho e ultrapassado. Que o seu tempo, por isso, já passou. Conheço outros também que não vão baixar a guarda e que vão, com o tempo, deixando umas cascas de banana no chão para o diretor-geral se espalhar ao comprido. Mas eu não tenho dúvidas: Moniz, aquele que pegou na TVI quando ela estava morta, em 1998, e a fez líder em Portugal, é o homem certo no lugar certo.
Experiente, inteligente, workaholic, ambicioso, corajoso e visionário, vai conseguir dar muitas alegrias a Mário Ferreira, com um entretenimento e uma ficção coerentes e ousados e com uma informação popular, sem medo de enfrentar o poder. Regresso, assim, ao que escrevi na última edição: adivinham-se tempos difíceis para Daniel Oliveira e, por arrasto, para a família Balsemão, na SIC.
2. Falou-se muito em Clara de Sousa no debate que opôs António Costa e Rui Rio, em direto nas generalistas. No bom sentido, que a jornalista da SIC esteve implacável e que até tinha ofuscado os seus ex-colegas da SIC, João Adelino Faria e Sara Pinto. Ora, para mim, o destaque vai para Carlos Daniel, pelo trabalho realizado no encontro com os representantes dos 11 partidos sem assento parlamentar, na RTP1. O diretor-adjunto de Informação da estação pública deu uma aula de como se faz bem… perante tanta ignorância junta. Bom voto, caro leitor, neste domingo.