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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

O ataque nuclear

A ameaça nuclear tem como finalidade, mais do que o eventual uso da bomba, o medo.
06 de julho de 2025 às 07:21
Guerra na Ucrânia
Guerra na Ucrânia

Desde o início da guerra na Ucrânia que semanalmente fontes ligadas a Putin transmitem a ideia de que a possibilidade de uso de armas nucleares, naquele conflito regional, é uma possibilidade que está em cima da mesa. O próprio autocrata russo já ensaiou narrativas com o mesmo sentido.

Este jogo bélico onde as palavras ganham um significado assustador prolongou-se e contaminou o conflito que opõe Israel ao Irão. Foi o argumento para o conflito, que agora parece terminado, que deflagrou com ataques israelitas a Teerão. E consolidou-se com a intervenção americana. O objetivo: inibir o Irão de possuir armas nucleares.

Desconheço se foi este o motivo real. Por detrás destes discursos beligerantes escondem-se intuitos não acessíveis a meros mortais. Porém, existe uma verdade que todos conhecemos. Os dois únicos ataques da História aconteceram há oitenta anos no Japão. As cidades de Hiroshima e Nagasaqui foram pura e simplesmente devastadas com a explosão de bombas atómicas. Bastou uma para cada cidade para as fazer desaparecer do mapa. Todos nós fomos testemunhas desse acontecimento, ou por filme das explosões ou por filmagens que sucederam aos ataques.

A Guerra Fria foi, nas finalidades últimas, uma corrida ao armamento. Várias potências mundiais possuem bombas nucleares com particular destaque para a Rússia e para os Estados Unidos. Uma força brutal que, a serem lançadas, faria o planeta explodir. Ninguém acredita que um presidente, por mais déspota que seja, não tem consciência deste apocalipse, caso iniciasse uma guerra nuclear.

Mas eu acredito que a repetição da ameaça, esta revisitação contínua do nuclear tem como finalidade, mais do que o eventual uso da bomba, inculcar medo. O medo é o motor da insegurança. Não escolhe idades, nem sexo. E torna-se mais inquietante quando entra de surdina em banais conferências de imprensa ou entrevistas dos líderes mundiais. Torna-se um imperativo cívico lutar contras estas formas do medo nos atingir. Porque é terrível demais a imagem de um planeta destruído pela loucura dos homens. 

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