
Até a ministra da Justiça veio ao terreiro proclamar reformas, reforços de pessoal e, claro está, que tudo aconteceria depois de receber os tradicionais relatórios que pela sua natureza são demorados, coisa que dá um jeitão, pois num tempo em que as notícias morrem depressa, quanto mais tarde chegar, melhor para ajudar o esquecimento.
Agora, sem grande espetáculo, surgem notícias de que o estabelecimento prisional do Linhó está sem água, nem luz, coisa que levou a um arremedo de motim por parte dos presos. Esperemos que não seja necessário mais um relatório para compreender como é insustentável gerir um espaço, onde estão circunscritas várias centenas de homens, onde não é possível usufruir de água e de luz, bens fundamentais de uma sociedade civilizada. Nenhum detido foi sentenciado para viver como um bicho.
Gozam de direitos inalienáveis que nenhum tribunal lhes pode retirar. Muito menos o governo, responsável pela gestão dos estabelecimentos prisionais. Sobretudo porque não foi assim há tanto tempo que foi realizado o tal relatório que dá conta das deficiências das prisões nacionais.
2. A semana passada morreu um bombeiro, de Odemira, num aparatoso acidente, quando com os seus camaradas regressava do combate a um incêndio. O carro, segundo correu ao saber-se da notícia, fará parte de um lote que foi distribuído a várias corporações de Bombeiros, tem graves defeitos de estabilidade e de operacionalidade.
É urgente responsabilizar quem tem competência para dar estabilidade e solidez a estes veículos, assim como à entidade que os autoriza, antes que outros soldados da paz sejam vítimas de acontecimentos tão trágicos como aquele que levou o jovem bombeiro de Odemira.
Não basta suspeitas sussurradas, não bastam relatórios, daqueles que eternizam na espera, para que o Ministério da Administração Interna promova rapidamente a substituição dessas viaturas ou obrigue às obras de reparação que garantam a segurança a quem os usa. Sejam sérios!