
Faço aqui um manifesto, escrevo nestas linhas um apelo a todos os que, como eu, estiveram meses e meses fechados entre quatro paredes com um ou outro momento de liberdade. É muito mais do que um mero artigo de opinião cheio de letras desenhadas a preto sobre o branco do papel. E manifesto-me porque que este novo normal não nos serve. As zonas cinzentas não nos enchem a vida. Os dias sem a alegria de uma paleta ilimitada de cores não têm brilho. Por isso mesmo há que libertar a imaginação, dar a volta por cima e pintar de todas as cores as memórias da pandemia e os dias de confinamento que atravessámos.
Diz-nos o dicionário que pintar é sinónimo de aplicar cor ou tornar colorida qualquer superfície. E o desafio a que nos devemos agora lançar é precisamente esse: ultrapassar as contrariedades a que estivemos sujeitos por força deste vírus que entrou de rompante nas nossas vidas, nas nossas casas, libertarmo-nos do cinzentismo e dar um passo em frente. Porquê? A resposta é simples: porque este é o momento de nos afirmarmos com uma confiança inabalável e mostrarmos que somos, pensamos e queremos fazer diferente.
Enquanto responsável da marca CIN – uma marca centenária que já passou por guerras, revoluções e crises - achei que tínhamos o dever (e o poder!) de inundar de positividade este país, após meses de dias cinzentos. É esse o nosso propósito. E foi assim que tudo começou: uma folha em branco, num contexto cinzento. Uma equipa maravilha. Um objectivo ambicioso. Muita força de vontade. Ainda mais entusiasmo. Uma positividade ímpar. Uma mudança de paradigma. Uma campanha que desafia. Que convida a arriscar. Que muda tudo.
Queremos convidar os portugueses a pintar as suas casas, deixando para trás o tom cinzento que marcou os dias de pandemia para lhes devolver cor, alegria e energia. As paredes de casa, que foram tão vividas e mais observadas que nunca nos últimos meses, precisam de uma nova vida, uma nova cor, uma nova energia.
"Está na hora de voltar à cor. Pintamos?" é uma campanha sobre identidade e liberdade. Liberdade de ser e pensar diferente. A liberdade de fugir ao gosto alheio e de não respeitar a lei do branco. E se gostarmos de branco, também está tudo bem. Pintar passa a ser uma forma de expressão da nossa individualidade, mesmo em família. Experimentar é divertido. Mudar é saudável. Queremos que as pessoas mudem mais e experimentem mais. Porque a CIN muda tudo.
No fundo temos de nos encher de boas energias e afirmar a nossa identidade com uma profusão de tons e rasgar de uma vez por todas com este conceito de falsa normalidade que nos foi imposto.
Apaguemos da memória os dias mais cinzentos que nos ensombraram meses a fio. Pintemos de alegria as paredes, os muros, as casas e até pequenos objetos. Ilustremos toda e qualquer superfície com a nossa personalidade, com a vitalidade que nos faz desafiar este mundo e o outro e nos dá vigor para mais um dia cheio de cores.
Está na hora de voltar à cor. Pintamos?