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Biden mente menos do que Trump, mas anda a meter os pés pelas mãos. As "confusões" do presidente que já levantam rumores de doença

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi apanhado em mais algumas histórias floreadas e alguns 'deslizes', que já são comuns desde que começou a carreira política, mas recentemente até os democratas estão preocupados. Estará doente o presidente... ou acredita nas suas próprias "mentiras"?
Por Amarílis Borges | 21 de setembro de 2023 às 22:42
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images
Joe Biden, presidente americano, washington, tomada de posse, 46.º presidente Foto: Getty Images

"Sou uma máquina de gafes", admitiu Joe Biden em 2018, quando se preparava para enfrentar Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020. "Mas, meu Deus, que coisa maravilhosa comparada com um tipo que não consegue dizer a verdade", completou.

O então candidato à presidência dos Estados Unidos queria justificar com aquela declaração algumas datas trocadas, nomes que errou no passado, um ou outro protocolo que falhou enquanto vice-presidente e senador, o problema é que numa era de verificação de dados, ou ‘fact-checking’, o atual presidente norte-americano está a levantar suspeitas sobre um possível mau hábito de florear histórias ou sobre uma possível condição de saúde que justifique algumas "confusões".

De acordo com o site de verificação de dados ‘PolitiFact’, Joe Biden mente menos do que Donald Trump, mas os números não estão propriamente a seu favor. De 276 declarações de Biden avaliadas pelo site, a maior parte são 'quase verdades', sendo 24% "meias verdades", 23% "maioritariamente verdades", e 9% "verdades". Mas 20% das declarações foram consideradas "falsas", 19% "maioritariamente falsas" e 2% estão na categoria das declarações ridículas, que de tão falsas são chamadas de "calças em chamas", na tradução literal.

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A título de comparação, e sem surpresas, Donald Trump vence de longe com no domínio das informações falsas. De 982 declarações, 37% são classificadas como "falsas" pelo 'Politifact', 18% estão na categoria de declarações ridículas, 19% são "maioritariamente falsas", 12% são "meias verdades", 8% são "maioritariamente verdades" e apenas 3% das declarações de Trump são "verdades".

Este mês, o presidente norte-americano foi apanhado com mais um deslize, ao ter afirmado falsamente que esteve no Marco Zero no dia a seguir ao atentado de 11 de setembro de 2001. "Lembro-me de estar lá no dia seguinte. Senti como se estivesse a olhar para os portões do inferno", afirmou numa visita ao Alasca.

A questão é que, no dia seguinte, o então senador Joe Biden estava em Washington a fazer um discurso sobre o ataque às torres gémeas. Biden foi sim ao Marco Zero no mês de setembro, quando a destruição ainda estava à vista.

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A escolha de palavras de Joe Biden também chamou atenção, porque já tinha sido dita por outra figura da política. Hillary Clinton, que estava a servir como senadora de Nova Iorque em 2001, disse que ao sobrevoar o local do atentado a imagem parecia "os portões do Inferno".

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O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, foi questionado numa conferência de imprensa sobre a confusão de datas de Joe Biden, mas evitou responder diretamente. "O presidente ficou profundamente emocionado e honrado por poder passar o 11 de setembro com militares no Alasca, assim como algumas famílias, ficou honrado com a presença deles e com a oportunidade de fazer importantes comentários sobre por que precisamos continuar a lembrar aquele dia. E ele fez isso", disse Kirby, citado pelo ‘New York Post’.

JOE BIDEN TRAMADO PELAS HISTÓRIAS

Trata-se de só mais um capítulo na longa história de "gafes" do presidente. Joe Biden repetiu várias vezes que foi "detido" na África do Sul ao tentar ver Nelson Mandela na prisão. Durante a última campanha para as eleições presidenciais, ele foi obrigado a retratar-se em declarações à ‘CNN’. "Quando disse ‘detido’ queria dizer que não conseguia mover-me. Os polícias africânderes não me deixaram ir com eles, fizeram-me ficar onde estava, acho que não fui detido, fui impedido".

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Biden também gosta de repetir que foi "preso" na adolescência quando protestava pelos direitos civis, no início dos anos 1960, em Delaware, mas verificadores norte-americanos já alertaram para o facto de não haver provas de que o presidente tenha sido "preso". Em alguns discursos, Biden chegou a dizer que foi levado à casa, acompanhado pela polícia. Certo é que dois protestos antirracismo aconteceram perto da antiga casa de Biden, tendo sido registados pela imprensa daquela época.

As histórias familiares também parecem ter controvérsias. Biden contou que o seu avô morreu poucos dias antes de ele nascer, no mesmo hospital. Porém, a ‘CNN’ noticiou que na realidade o avô do presidente morreu um ano antes do seu nascimento e estava num estado diferente.

Já como presidente, Biden contou em alguns discursos que guiava um veículo de 18 rodas, mas a Casa Branca depois clarificou que ele teve um emprego de verão quando estava na faculdade em que guiava um autocarro escolar.

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REPUBLICANOS APROVEITAM-SE

Não é a primeira vez que as contradições vêm assombrar Joe Biden. Quando entrou na corrida presidencial em 2018, outras histórias vieram à tona, e agora, faltando um ano para as eleições, está a acontecer o mesmo. O Partido Republicano, cujo principal candidato continua a ser Donald Trump – apesar da avalanche de investigações contra o ex-presidente -, dança em cima das confusões de Joe Biden.

Este ano, em particular, outras preocupações começaram a surgir à volta de Biden. Além das contradições nas histórias antigas, confusões de alguns factos nas suas declarações estão a deixar os democratas preocupados.

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Em junho, o presidente norte-americano afirmou aos jornalistas que Vladimir Putin "está a perder a guerra no Iraque", quando queria dizer guerra na Ucrânia. Biden também confundiu a equipa de rugby All Blacks, da Nova Zelândia, com a unidade militar britânica Black and Tans, além de ter contado que tinha quatro netas, quando na verdade tem cinco.

A IDADE SÃO SÓ ESTES NÚMEROS

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A questão da idade de Joe Biden tem sido uma discussão frequente desde as eleições de 2020, embora Donald Trump não seja muito mais novo. O atual presidente dos EUA tem 80 anos (vai fazer 81 em novembro) e já é o presidente norte-americano mais velho a estar no cargo. O candidato republicano tem 77 anos.

Se for reeleito, Joe Biden deverá sair da Casa Branca com 86 anos, não muito longe da idade do líder mais velho atualmente no cargo: Paul Biya, Presidente dos Camarões, de 90 anos. "A idade de Biden não é apenas um tema recorrente da ‘Fox News’, tem sido o assunto de conversas à mesa de jantar em todo o país neste verão", escreveu o escritor e colunista do ‘Washington Post’ David Ignatius, acrescentando um apelo para que o presidente não se candidate novamente.

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O antigo jornalista sublinha as vitórias de Biden depois dos anos de Trump, mas não acredita que o presidente continue a ser uma boa aposta. "Ele tem sido um presidente bem-sucedido e efetivo. Mas não acho que Biden e a vice-presidente, [Kamala] Harris, devam concorrer à reeleição. É doloroso dizer isto, dado a minha admiração por muito do que eles conquistaram, mas se ele e Harris concorrerem juntos em 2024, penso que Biden arrisca-se a desfazer a sua maior conquista: que foi colocar um travão em Trump".

A opinião de David Ignatius não é rara. Uma sondagem realizada pelo ‘Wall Street Journal’ no final de agosto mostrou que 73% dos inquiridos acreditam que Biden está velho demais para concorrer novamente. Curiosamente, este número cai para 47% quando perguntam se Trump está demasiado velho para a presidência – e o republicano é apenas quatro anos mais novo do que Biden.

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Em outra pergunta, as respostas levantam alertas para a campanha do presidente: o índice de aprovação de Biden está em 42%, enquanto 57% desaprova como ele está a conduzir o trabalho. Num cenário em que concorre com Trump, Biden está empatado com o opositor, cada um com 46%.

O antigo diretor de campanha de Barack Obama, Jim Messina, acredita que os democratas podem estar a contar com Trump para ajudar a resolver a questão da idade. "Os eleitores dizem: ‘Olha, ambos são velhos’", explicou em abril à ‘BBC’. "Diga-me quem vai tornar a minha vida melhor."

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