'Sim, Chef!' Justa Nobre mostra como uma mulher pode vencer num mundo que se tornou de homens
Ser mulher e chef reconhecida não é fácil. Justa Nobre conseguiu-o graças ao trabalho em cima da tradição portuguesa e da qualidade. A FLASH! com a chef às compras e viu como decorre todo o processo "até ao prato". Amor no que se faz é a palavra chave. Dê as boas vindas a Justa Nobre, primeira convidada da série 'Sim, Chef!'
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Luísa Jeremias |08 de março de 2023 às 22:51
Há cozinheiros de escola e há cozinheiros de vida. Os que se tornam chefs a fazer uma espuma de bolota - porque a bolota é sinónimo da utilização na cozinha dos ingredientes originários da terra portuguesa, em espuma porque esta técnica está na moda - e os chefs que vão ao mercado, reconhecem o melhor peixe pela guelra vermelha, pegam nele e aplicam-lhe as artes que desenvolveram ao longo de muitos anos numa cozinha, em viagens e nos livros. O resultado, acredite, dá 20 a zero à tal bolota.
Justa Nobre é rainha nos chefs na categoria "anos a aprender, a experimentar e a criar mais e melhor para chegar aqui". Não é das que procura a estrela Michelin. É das que procura agradar aos clientes, torná-los felizes. E, já agora, surpreendê-nos sempre. Sim, porque cozinha é como um casamento: a monotonia mata. E Justa já está com José Nobre há muitos, por isso...
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Juntos criaram O Nobre - primeiro na Ajuda, depois no Parque das Nações, na época em que era conhecido por Expo, finalmente no Campo Pequeno, sempre em Lisboa. Receberam e recebem no seu espaço todo o tipo de clientes: desde os políticos - como os Presidentes da República, Mário Soares e Marcelo Rebelo de Sousa, que deram nome à casa, a empresários, toureiros, famílias, amigos. "Este é o tipo de restaurante que não é de negócios. Podem vir cá almoçar em trabalho, mas depois voltam ao jantar ou ao domingo com a família". O segredo? "Amor no que se faz", sorri Justa, no meio sua equipa de muitos e muitos anos, na cozinha do Nobre, onde nos leva.
É lá que prepara uns filetes de peixe galo com puré de ervilha, uns rissóis de pescada de comer e chorar por mais, aquela sopa de santola que se tornou um clássico, e os pratos do dia, de acordo com o que há no mercado.
É lá que vamos com Justa Nobre, ao mercado 31 de janeiro, em Picoas, onde a chef de abastece com os fornecedores de uma vida: a Rosália do peixe, o Adelino da fruta, a Hélia do leitão de Negrais e outros mimos como queijos e empadas. Todos amigos. A todos trata por tu e com todos faz uma festa. Ainda na passamos na mercearia de produtos transmontanos - da sua terra - mesmo ali ao lado, na Estefânia, para matar saudades daqueles sabores que não se encontram em mais lado nenhum: os enchidos, as nozes, as amêndoas vindas do fornecedor.
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Tudo isto mostramos aqu. Da horta, do mar, do campo, para a nossa mes,a com a frescura que merecemos e o tempero único e sabedor da chef Justa. A "mão" faz o prato, o produto dá a qualidade que ele merece. É a 'confort food' - cozinha de conforto, de tacho, de mãe, se quisermos, com a maior qualidade que encontramos.
Venha daí nesta viagem de sabores, à descoberta do que de melhor há no nosso país. A chef Justa Nobre é a nossa primeira convidada da série 'Sim, Chef!'.
