Isabel dos Santos vê tribunal deixar cair quatro dos crimes de que estava acusada
A residir atualmente no Dubai, Isabel dos Santos tem alegado que está inocente e que este processo tem motivações políticas. As acusações referem-se ao período em que geriu a petrolífera Sonangol.A empresária angolana Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos continua a braços com a Justiça, acusada de vários crimes que envolve a sua gestão na petrolífera Sonangol, entre 2016 e 2017, um processo que conhece agora desenvolvimentos, com a consultora PwC Angola a ver ser-lhe retirado o crime de fraude fiscal qualificada, enquanto Isabel dos Santos e Sarju Raikundalia são despronunciados dos crimes de abuso de poder – no caso da empresária, vê cair quatro dos crimes de que vinha acusada –, pelo Tribunal Supremo, na fase de instrução contraditória, sem que o tribunal especifique quais os crimes que se mantêm. No caso da consultora, a Justiça decidiu-se mesmo pelo arquivamento dos autos.
No processo são ainda acusados Paula Oliveira, amiga e sócia de Isabel dos Santos, e Mário Leite da Silva, também amigo e gestor da filha do malogrado ex-presidente de Angola. Os arguidos foram despronunciados do crime de associação criminosa e foram considerados prescritos os crimes de falsificação de documentos e fraude fiscal.
A residir atualmente no Dubai, Isabel dos Santos tem alegado que está inocente e que este processo tem motivações políticas. Segundo a acusação, a empresária angolana, de 52 anos de idade, está acusada de peculato, burla qualificada, abuso de confiança, abuso de poder, falsificação de documentos, associação criminosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, fraude fiscal, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
Ainda de acordo com a acusação, Isabel dos Santos terá aproveitado a condição do Presidente (falecido em 2022), e "devidamente concertada com os arguidos Mário Silva, Sarju Raikundalia e Paula Oliveira, de forma meticulosa, criou um plano para defraudar vigorosamente o Estado angolano, persuadindo o Conselho de Administração a tomar decisões que os beneficiaram", causando, alegadamente, um prejuízo ao Estado angolano superior a 190 milhões de euros.