Caso Maddie: Sandra Felgueiras arrasa Gonçalo Amaral e explica que a menina pode estar viva
"Eu fui enganada" foi desta maneira que a jornalista da RTP, que acompanhou o desaparecimento da criança inglesa em 2007 no Algarve, se referiu ao antigo inspetor da Polícia Judiciária.
Sandra Felgueiras, uma das jornalistas mais conhecidas da RTP e responsável pelo programa de informação 'Sexta às 9', foi uma das convidadas de Filomena Cautela em '5 para a Meia Noite'. Questionada sobre a sua participação no documentário sobre o caso Maddie, transmitido pela Netflix, a jornalista decidiu pôr "tudo em pratos limpos".
No referido documentário, Sandra revela que a sua fonte foi o ex-inspetor da Polícia Amaral e não lhe poupa críticas: "Fui enganada e fui enganada em quê? Foi-me contado (por Gonçalo Amaral) que a amostra de sangue encontrada no carro e na sala dos McCann correspondia, sem margem para dúvidas, a Madeleine McCann".
"Isso criou em mim a convicção do envolvimento dos pais, porque acreditava piamente em Gonçalo Amaral. Com ele mantive durante vários meses uma relação de fonte e jornalista", explicou.
Essa relação muda em julho de 2008, mais de um ano após o desaparecimento da criança: "Quando finalmente os ficheiros secretos são tornados públicos – até aí o processo estava em segredo de justiça – fica-se a saber o que dizem os resultados do laboratório de Birmingham".
"O relatório era assustador e dizia assim: A amostra de sangue tem cinco alelos em 20 possíveis (do quarto) e no carro 17 em 20. Contudo, a amostra é tão insignificante e tão ínfima que, aqui no laboratório, existem pelo menos 100 pessoas que têm uma amostra idêntica, o que faz com que esta amostra seja criminalmente irrevelante", contou Sandra Felgueiras.
A jornalista diz que ligou de seguida a Gonçalo Amaral para lhe pedir explicações. "Se há a probabilidade de a criança estar viva, por mais mínima e ínfima que seja, não se parte para a tese 'os pais mataram-na' e não se procura mais. Isto deixou-me profundamente revoltada", admitiu.