Contratação de Nuno Lopes pela TVI gera polémica e desenterra caso da alegada violação que envolve o ator
Há cerca de um ano, o conhecido internacional ator era acusado de ter violado uma realizadora em 2006. O caso tinha ficado esquecido até Nuno Lopes ser convidado para fazer parte da nova novela da TVI.
As gravações da novela 'Huíla' arrancaram há uma semana e a chegada ao elenco de Nuno Lopes, que se estreia neste formato, acabou por desencadear uma polémica que está a dar que falar.
Através da revista 'Visão', o ator viu-se alvo da indignação do ativista pela igualdade de género Paula Cosme Pinto, que recorda o caso que deu entrada no tribunal Federal de Brooklyn, em 2023, em que o ator de 46 anos de idade é acusado pela argumentista e realizadora norte-americana AM Lukas, de alegadamente a ter violado em 2006, durante o Festival de Cinema de Tribecca.
O caso continua a correr na Justiça e, agora, o ativista Paula Cosme Pinto revolta-se contra a contratação de Nuno Lopes para a novela da TVI. "Que perigosa mensagem passa a TVI ao contratar um ator acusado de violação?", é o título da crónica da revista 'Visão'.
"Esta contratação, a ser verdade, é exemplo claro disso", escreveu, fazendo depois diversas perguntas, que ela não sabe se foram feitas às atrizes que contracenam com Nuno Lopes. "Alguém, desde a estação de televisão à produtora envolvidas, perguntou às mulheres que vão trabalhar diretamente com um homem acusado de violação como é que se sentem com isso? E se sim, estas tiveram espaço real para poderem dizer que não se sentem confortáveis ou que têm medo? Se o fizessem, quem seria penalizado: ele ou elas? Alguém pensou que poderão estar a expor estas mulheres a uma situação de risco? Quem vale mais nesta equação?", questiona Paula Cosme Pinto.
O ativista refere ainda na sua crónica que a TVI acabou por tomar partido neste caso, através desta contratação. "No fundo, trazer para a ribalta, como se nada fosse, alguém com um processo de violação sexual em curso é tomar um partido. Entre a potencial vítima e o potencial agressor, a TVI e a produtora responsável pela novela escolheram o agressor", aponta. "Quer queiramos, quer não, a mensagem que passam subliminarmente a todas as mulheres que trabalham naquela equipa é esta: se algum dia forem vítimas, nós estaremos do lado do agressor", escreve Paula que diz que este é um "desrespeito por todas as vítimas de agressões sexuais (...) Não menosprezemos quão grave tudo isto é", acrescentou.
De referir que, quando surgiu a acusação, em 2023, Nuno Lopes negou todas as alegações da realizadora e garantiu ser "moralmente e eticamente incapaz de cometer os atos" e estar de "consciência absolutamente tranquila, mas ciente das consequências gravíssimas que este caso representa".
A FLASH! contactou o departamento de comunicação da TVI que não quis fazer qualquer comentário sobre este assunto.