Guerra chega ao fim: Nuno da Camara Pereira e D. Duarte Pio acabam com mais de uma década de batalhas judiciais

O fadista Nuno da Camara Pereira e Duarte Pio de Bragança travaram uma guerra judicial durante mais de uma década, com o cantor a acusar o duque de Bragança de "contrafação e uso ilegal de nome firma e de marca" por usar símbolos alusivos à Ordem de São Miguel de Ala e de se identificar como representante da mesma.

D. Duarte Pio sempre negou as acusações. Foram vários os processos a decorrer em tribunal. O mais recente aconteceu em 2022, com Nuno da Camara Pereira a pedir uma providência cautelar. A condecoração entregue pelo duque de Bragança a Constantin Malofeev, um oligarca russo, em 2019, foi a razão que levou à última queixa, depois dessa condecoração ter sido criticada no âmbito da invasão da Ucrânia.

Na altura, a Casa de Bragança emitiu um comunicado onde afirma que D. Duarte Pio estava "a levar a cabo uma campanha de angariação de fundos para o apoio às vítimas do conflito que já totaliza 100 mil euros", sob a alçada da Ordem de São Miguel da Ala. O fadista, que registou a marca 'Ordem de São Miguel da Ala' (OSMA) na década de 1980, condenou o "uso ilícito" dos símbolos da ordem por parte do duque de Bragança, referindo que a sua imagem e credibilidade foram manchadas por terem sido associadas" a "oligarcas russos".

Em declarações à revista 'Sábado', Nuno da Camara Pereira acusou ainda a Casa de Bragança de ter um "um longo historial em tentar usurpar os direitos" da Ordem, tentando aproveitar-se do nome "para angariar associados, beneméritos e novos investidores, enganando o público em geral".

Apesar da guerra em tribunal, D. Duarte Pio acreditou sempre que um dia as pazes entre os dois seriam feitas. "Fomos amigos muitos anos e acho um bocado estúpido estarmos neste tipo de conflito", disse então à mesma publicação. Pois bem, esse dia chegou.

Nuno da Camara Pereira partilhou nas redes sociais o momento em que abraça o duque de Bragança. "Há caminhos, descaminhos. Mas também pontos e vírgulas. Há sempre um ir e voltar. A verdade e a vida sempre se encontram, quando a mesma sabe ser humilde, porque a Alma não se quer pequena", escreveu o fadista na publicação.