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O médico Gustavo Carona diz "o que ainda ninguém teve coragem de dizer" sobre o acidente que vitimou Diogo Jota e o irmão André Silva

Aquele que foi um dos médicos heróis da pendemia, Gustavo Carona deixou críticas à sociedade pela forma como se lida com a morte de famosos.
Por FLASH! | 15 de julho de 2025 às 19:00
Homenagem a Diogo Jota e ao irmão André, unidos pelo futebol Flash
gustavo carona Flash
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Depois da tragédia que tirou a vida a Diogo Jota de 28 anos e ao seu irmão André Silva de 25, muitas foram as palavras de carinho que receberam por parte de todo o mundo, gesto que Gustavo Carona gostava de ver replicado em maior escala relativo a outras vítimas, especialmente de guerras.

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Num desabafo brutal, o médico, na crónica que assina no 'Público' deixou duras críticas à sociedade pela forma como tratou a morte dos irmãos futebolistas: "Nem sequer se tentou ensinar duas ou três coisas aos mais jovens sobre o que se sabe do acidente, mas de que ninguém quer falar: alugar um Lamborghini para fazer 900 km é ostentação, é esbanjar (...) o excesso de velocidade, o documentado e o especulado variam... Seja qual for, é a principal causa de mortalidade na estrada e é da exclusiva responsabilidade de quem vai a guiar."

"Ser bombardeado e morrer à espera de comida em Gaza não é responsabilidade de quem morre. Guiar a alta velocidade é um perigo para quem vai no carro e para todos que vão na estrada," continuou. "Não é por serem ídolos de massas que a verdade deve deixar de ser dita, e a pedagogia deixar de ser feita."

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"Ser um famoso jogador da bola não é um exemplo para a sociedade, é um jogo com uma bola. Os heróis estão no SNS, nas escolas, nos bombeiros, na polícia, na luta cívica e política pelos mais desfavorecidos em todo o mundo, nos ucranianos que vão para a linha da frente, (...) Mas, se a mensagem que mandamos aos novos e já não tão novos é a de que ser um herói é ser um futebolista de topo, milionário, e alugar um carro superdesportivo e conduzi-lo a altíssima velocidade, então depois não se queixem do mundo de esterco que estamos a construir para os nossos filhos."

O médico segue o desabafo com uma interrogação: "Será pedir muito a todos os media e figuras públicas que multipliquem por 10 ou por 100 as palavras que dirigiram ao Diogo Jota, dedicando-as também às 20.000 crianças que morreram na Palestina (...) ou se preferirem aos 5.000.000 de crianças com menos de cinco anos que morrem em todo o mundo, todos os anos, na sua maioria de fome ou por mortes preveníveis ou tratáveis?"

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"Será tão difícil perceber o quão injusta é uma sociedade que chora rios Amazonas pela morte de famosos, mesmo responsáveis pela própria morte, e que despreza ou até deseja e goza com a morte de crianças totalmente inocentes?"

"Isto não é contra ninguém, isto é a favor da humanidade", concluiu na sua crónica semanal, onde também não esconde o respeito e admiração pelos dois irmãos, e pelas famílias enlutadas. "(...) Com ele já fora do clube do meu coração, sempre tive uma admiração enorme pelo futebolista e um carinho muito especial pela pessoa simples, humilde, sorridente e bondosa, qualidades que muitos futebolistas pop stars jamais poderão ter e que eu valorizo imensamente...", sublinhou também Gustavo Carona.

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"É normal que uma estrela seja notícia, e a primeira coisa que me veio à cabeça foi a enorme empatia pela mãe, em sofrimento, que ficou sem dois filhos, que se estende aos familiares mais próximos e aos amigos dos dois", ressalvou igualmente o médico.

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