Ricardo Salgado chegou ao tribunal debilitado e com um olho negro, amparado pela mulher, e só conseguiu dizer o seu nome
O antigo presidente do BES, que sofre de doença de Alzheimer, chegou ao Campus da Justiça de mão dada com a mulher e cuidadora, Maria João Salgado, e em tribunal não foi capaz de responder a perguntas básicas.
Ricardo Salgado, o principal arguido do caso do Banco Espirito Santo, chegou ao Campus da Justiça, no Parque das Nações, para dar início ao julgamento. O antigo presidente do BES surgiu com um olho negro e foi sempre de mão dada com a mulher e cuidadora, Maria João Salgado, mostrando-se muito debilitado.
O seu advogado, Francisco Proença de Carvalho, revelou no final da audiência que Salgado, que sofre de doença de Alzheimer, só conseguiu dizer o seu nome e pouco mais.
A sessão do julgamento Ricardo Salgado começou atrasada e inicialmente foram tratadas apenas questões de logística, avançando-se posteriormente com a identificação dos 17 arguidos. O ex-banqueiro foi identificado com a ajuda da mulher e não foi capaz de dizer qual era a sua data de nascimento, apesar de mencionar que nasceu em Cascais.
Segundo o NOW, O diálogo foi complicado e por várias vezes Ricardo Salgado pediu ajuda à mulher, como no caso em que a juíza lhe perguntou se queria o julgamento na sua ausência. Francisco Proença de Carvalho, advogado do arguido, defendeu que o cliente fará o que ele aconselhar e Salgado acaba por dizer que não quer estar presente nas outras sessões, abandonado posteriormente a sala.
"Acho que respondeu ao nome. Morada errada. Nome da mãe errado, tudo bastante ao lado", afirmou o advogado à imprensa à saída do tribunal.
O advogado revelou ainda ter um relatório médico atual que atesta a dependência de Ricardo Salgado "para as tarefas mais básicas, como a higiene" e onde se lê que a presença de Salgado no tribunal é "completamente irrelevante".
"Não tem capacidade para responder a questões minimamente complexas", explicou o advogado de defesa.