
A imagem da semana é esta: o árbitro Miguel Nogueira ao telemóvel, através do qual, presume-se, fala com a sede do videoárbitro, em Oeiras. No final daquilo que pareceu uma chamada interminável, e sem conseguir ver as imagens que queria, o árbitro decide anular um penálti que ele próprio tinha marcado instantes antes. Olhando para a fotografia, causa estranheza a dimensão e o formato do telemóvel. Parece daqueles antigos, pretos, de plástico, só com função de voz. Será que não havia ali à mão um telemóvel com videochamada, mais moderno, onde pudessem ser mostrados os lances que o desamparado árbitro queria ver? Toda a cena constitui um momento inusitado, que ficará seguramente como uma das imagens do ano. Para quem não acompanhou: o penálti a favor do FC Porto acabou revertido por telemóvel, o clube protestou o jogo por alegado "erro técnico", e a partida pode vir a ser repetida. Este momento marcará, de uma forma ou de outra, a época desportiva, e constitui um marco simbólico da desvalorização progressiva, e eventualmente irreversível, que o futebol português tem sofrido esta época, fruto da pressão crescente e do paradoxo televisivo. Esse paradoxo é simples, e já tem sido aqui antecipado. O futuro próximo promete trazer uma fortuna pela indústria dos diretos televisivos. Mas ao futuro risonho desenhado no papel contrapõe-se uma realidade atual muito pobre, com fracos espetáculos, subalternização europeia da liga portuguesa, e prejuízos da Sport TV, atual detentora dos direitos. Não se vislumbra como será possível aumentar as receitas. A agravar a situação, ou por falta de recursos, ou por mera sucessão de acasos, lances capitais têm sido alvo de falhanços nas transmissões televisivas: ou há poucas câmaras, ou estão mal colocadas, ou então tem havido muito azar. O futebol movimenta paixões e tem um enorme impacto nos equilíbrios sociais. Trata-se de um espectáculo que anda sempre de braço dado com problemas de segurança, violência e discriminação. O potencial desestabilizador da crise que aí vem e que ameaça os fundamentos da modalidade está a ser descurado pelo poder político. Convém estar atento antes que seja tarde demais.
Olhando para a fotografia, causa estranheza a dimensão e o formato do telemóvel. Parece daqueles antigos, pretos, de plástico, só com função de voz. Será que não havia ali à mão um telemóvel com videochamada, mais moderno, onde pudessem ser mostrados os lances que o desamparado árbitro queria ver? Toda a cena constitui um momento inusitado, que ficará seguramente como uma das imagens do ano.
Para quem não acompanhou: o penálti a favor do FC Porto acabou revertido por telemóvel, o clube protestou o jogo por alegado "erro técnico", e a partida pode vir a ser repetida. Este momento marcará, de uma forma ou de outra, a época desportiva, e constitui um marco simbólico da desvalorização progressiva, e eventualmente irreversível, que o futebol português tem sofrido esta época, fruto da pressão crescente e do paradoxo televisivo. Esse paradoxo é simples, e já tem sido aqui antecipado.
O futuro próximo promete trazer uma fortuna pela indústria dos diretos televisivos. Mas ao futuro risonho desenhado no papel contrapõe-se uma realidade atual muito pobre, com fracos espetáculos, subalternização europeia da liga portuguesa, e prejuízos da Sport TV, atual detentora dos direitos. Não se vislumbra como será possível aumentar as receitas. A agravar a situação, ou por falta de recursos, ou por mera sucessão de acasos, lances capitais têm sido alvo de falhanços nas transmissões televisivas: ou há poucas câmaras, ou estão mal colocadas, ou então tem havido muito azar.
O futebol movimenta paixões e tem um enorme impacto nos equilíbrios sociais. Trata-se de um espectáculo que anda sempre de braço dado com problemas de segurança, violência e discriminação. O potencial desestabilizador da crise que aí vem e que ameaça os fundamentos da modalidade está a ser descurado pelo poder político. Convém estar atento antes que seja tarde demais.
PROGRAMAÇÃO - PALÁCIO DAS ESTRELAS
O programa de apresentação da nova grelha da TVI teve um cenário inovador, o palácio de Queluz, que pode funcionar muito bem. A realização, porém, não o soube aproveitar, e a multiplicação de salas deu azo a algumas falhas técnicas. O ritmo da emissão, desta vez, deixou a desejar, o que é estranho num canal com uma forte cultura neste género de emissões. A principal novidade – Miguel Sousa Tavares – não esteve presente, retirando força à notícia. O texto teve algumas partes gagas, que Cláudio Ramos torneou com mestria – como no caso do impasse na conversa com Paulo Pires. O apresentador foi, de novo, o melhor da noite. Cláudio Ramos consolida o lugar como principal apresentador de entretenimento.
INFORMAÇÃO - GOLPE DE ESTADO
Por diversos motivos, só agora assisti ao documentário do canal Discovery, em três episódios, sobre a derrota de Donald Trump nas eleições de 2020. 'Unprecedented' – assim se chama o trabalho. O programa teve acesso ao mais íntimo de Trump, com câmaras embebidas na campanha. Mostra como as presidenciais foram um negócio de família; revela que o elemento dinástico é central no pensamento de Trump; e sobretudo prova que a contestação aos resultados das eleições e a invasão do Capitólio foram planeadas ao pormenor. É curioso como, a caminho de nova eleição, as televisões procuram demonstrar como os EUA estiveram mesmo à beira de um golpe de Estado. A democracia está em risco na América. Ainda está nas boxes portuguesas – repetiu no fim de semana.
SOBE - CRISTINA FERREIRA
Sai por cima na renovação de contrato com a TVI, e ascende a administradora executiva da empresa sem deixar que se confirme o seu regresso às manhãs. O futuro da empresa está muito ligado ao seu sucesso ou insucesso.
SOBE - RICARDO ARAÚJO PEREIRA
Concretizou a antecipação. Voltou mais cedo para a nova temporada, encheu mais um pavilhão, e garantiu a vitória da SIC num domingo difícil de lançamento da nova grelha da concorrência.
DESCE - PEDRO BENEVIDES
Conseguiu um furo – entrevista ao Presidente da República, em Belém. Porém, sujeitou Marcelo a uma derrota pesada contra Marques Mendes. O jornal da SIC com o comentador atingiu 853 mil pessoas, o noticiário concorrente da TVI com o chefe do Estado apenas 714 mil.