
Entre as estações generalistas, a grande vencedora da operação televisiva em redor da visita do Papa foi, indubitavelmente, a RTP. Talvez devido à experiência acumulada em décadas de existência, foi quem soube melhor equilibrar a transmissão pura das cerimónias religiosas com as exigências da programação e da descodificação jornalística. Os diretos das celebrações católicas colocam sempre um dilema às televisões generalistas, que poucos programadores têm sabido resolver ao longo dos tempos: devem as estações transmitir as celebrações sem comentários, respeitando o público católico, ou devem, pelo contrário, sobrepor a essas celebrações um fio de reflexão, de diretos de reportagem ou de entretenimento? Se um canal transmitir o sinal em bruto, digamos assim, arrisca-se a hipotecar o público não católico. Por outro lado, se insistir em falar por cima das cerimónias, não respeitar silêncios e colocar crentes por cima da narração da missa, acaba por afastar os destinatários da mensagem, ou seja, o público mais fiel da religião. O mesmo dilema se colocou durante as celebrações do Papa Francisco em Lisboa e em Fátima. Ao longo da semana da Jornada Mundial da Juventude, chegámos a ter, nas cadeias generalistas, momentos de reportagem por cima da fadista Mariza a cantar uma canção de Amália, ou diretos de reportagem com peregrinos que se sobrepunham a momentos de recolhimento e silêncio. O envolvimento de Conceição Lino e Fátima Lopes na transmissão da SIC potenciou esse defeito de conceção, e foi a origem de uma semana muito difícil, e com mais derrotas para a TVI do que o habitual. Mas também a TVI sucumbiu a esse dilema muitas vezes, e não conseguiu manter sobre a concorrência a vantagem que prometia alcançar nos primeiros dias de presença do Sumo Pontífice no nosso país. Salvou-se a RTP, que respeitou as celebrações, e fez jornalismo nos momentos certos, mesmo que o jornalismo tenha sido muito alinhado com o espírito da cerimónia. O efeito negativo dessa opção é mitigado pelo facto de a televisão do Estado ser o parceiro do evento que garantiu a cobertura televisiva para todo o mundo.
Os diretos das celebrações católicas colocam sempre um dilema às televisões generalistas, que poucos programadores têm sabido resolver ao longo dos tempos: devem as estações transmitir as celebrações sem comentários, respeitando o público católico, ou devem, pelo contrário, sobrepor a essas celebrações um fio de reflexão, de diretos de reportagem ou de entretenimento? Se um canal transmitir o sinal em bruto, digamos assim, arrisca-se a hipotecar o público não católico. Por outro lado, se insistir em falar por cima das cerimónias, não respeitar silêncios e colocar crentes por cima da narração da missa, acaba por afastar os destinatários da mensagem, ou seja, o público mais fiel da religião.
O mesmo dilema se colocou durante as celebrações do Papa Francisco em Lisboa e em Fátima. Ao longo da semana da Jornada Mundial da Juventude, chegámos a ter, nas cadeias generalistas, momentos de reportagem por cima da fadista Mariza a cantar uma canção de Amália, ou diretos de reportagem com peregrinos que se sobrepunham a momentos de recolhimento e silêncio. O envolvimento de Conceição Lino e Fátima Lopes na transmissão da SIC potenciou esse defeito de conceção, e foi a origem de uma semana muito difícil, e com mais derrotas para a TVI do que o habitual. Mas também a TVI sucumbiu a esse dilema muitas vezes, e não conseguiu manter sobre a concorrência a vantagem que prometia alcançar nos primeiros dias de presença do Sumo Pontífice no nosso país.
PROGRAMAÇÃO - ENCOLHE, ENCOLHE
Sábado passado, a TVI liderou com 12,7% de share diário. O programa mais visto do dia, 'Festa é Festa', teve apenas 650 mil espectadores. Nesse dia, o conjunto de canais de informação nacional, CMTV, CNN, SIC Notícias e RTP3, registou 15,7% de share, ou seja, ficou muito à frente da TVI. Recentemente antecipei aqui o tempo em que 10% de share é suficiente para ganhar. O leitor compreenda a insistência no tema. Ele é relevante como aferidor do consumo de televisão: as notícias são o grande agregador do público português. Mas também é sinal de crise: vem aí um enorme estouro da generalistas. Mais tarde ou mais cedo.
INFORMAÇÃO - A MONOCULTURA
Durante os días da visita do Papa, uma estranha cultura de notícia única afetou a generalidade dos noticiários televisivos. A onda de fogos no fim de semana passado, com situações dramáticas em vários distritos que afetaram as populações, quase passou despercebida. O critério jornalístico dos decisores da informação deve ser mais adaptado à realidade das notícias, em vez de se limitar a seguir as grandes correntes da atualidade. Neste caso, foi gravoso para os noticiários dos três canais generalistas (e respetivos canais de informação).
SOBE - MANUEL LUÍS GOUCHA
"Se há uma história da televisão, o meu nome está lá". Seguro, confiante, respeitador dos concorrentes e das outra estrelas, a entrevista de Goucha à Notícias Magazine é digna de um enorme elogio. A ler.
SOBE - ANTÓNIO JOSÉ TEIXEIRA
O diretor de informação da RTP está de parabéns pela cobertura da visita do Papa a Portugal. Logrou uma cobertura equilibrada, e agregou valores da redação. Conseguiu, até, o regresso de Fátima Campos Ferreira. Um sucesso.
DESCE - JÚLIA PINHEIRO
Compreendo as limitações financeiras da SIC. Porém, ocupar as tardes com repetições do programa 'Júlia' feito há meses com Teresa Guilherme como entrevistada é exagerar na poupança e diminuir a imagem de duas profissionais.