
Continua a gerir com mestria as intervenções públicas, e a colocar a comunicação ao serviço da estratégia definida. Nessa matéria, tem muito a ensinar aos políticos. No momento em que a vacinação avançava para os jovens a partir dos 18 anos, o vice-almirante esteve no Primeiro Jornal da SIC, domingo passado, e alertou para as implicações desse movimento.
O alargamento trará necessariamente maior afluência aos centros de vacinação, e consequentemente mais filas de espera. Nesse instante, e durante a tarde, um simples zapping televisivo bastava para assistir à continuação da via-sacra em diversos postos de vacinação, com atrasos por vezes demorados. "Estamos a aumentar o ritmo de vacinação, comprometendo de alguma forma a qualidade, porque é uma corrida contra o tempo", explicou o líder da task force, enquanto apelava aos jovens para se vacinarem. Tratou-se, ao que parece, de uma grande jogada de antecipação.
Numa altura em que está a ficar difícil para o poder político explicar que a existência de infeções pela doença covid não significa que o país tenha de fechar, antes é algo com que vamos ter de lidar ninguém sabe durante quanto tempo mais, a presença do vice-almirante no processo é um sinal de esperança. Comunicar é uma arma que este militar domina na perfeição. Comunicar preventivamente é um segredo ainda mais eficaz, e que os nossos governantes raramente dominam.
INFORMAÇÃO - COMENTÁRIO EM CRISE
O comentário político é um género em crise. Com o público afastado da política, num primeiro momento os canais relegaram os analistas para o cabo, deixando nas generalistas apenas alguns pesos-pesados, como Marcelo Rebelo de Sousa, em tempos, e agora Marques Mendes e Paulo Portas. Mas aos poucos até do cabo desapareceram os comentadores políticos. E isso é uma derrota para o modelo da SIC Notícias, muito centrado nesse tipo de conteúdos. Passam-se dias sem que esse que é o fulcro do projeto do canal 5 tenha uma única aparição em antena. O afastamento do comentário político dos ecrãs só acelera o divórcio com o cidadão.
ENTRETENIMENTO - PAUSA DE VERÃO
ENTRETENIMENTO - PAUSA DE VERÃO
Está em pleno a época do ano onde a falta de investimento aumenta ainda mais a monotonia das grelhas dos canais generalistas. Até o Preço Certo terá a temporada de repetições, como é habitual. Este ano, o equilíbrio orçamental de RTP, SIC e TVI será ainda mais difícil atendendo ao investimento milionário que as três empresas decidiram fazer em conjunto no Euro-2020, e que se revelou ruinoso atendendo à fraca prestação da seleção nacional. A tríade day time- jornais-novelas voltará a ser omnipresente. E com formatos cristalizados, o mais certo é as audiências cristalizarem também.
SOBE - BRUNO SANTOS
O homem que liderou a TVI na fase em que a estação estava para começar a cair mas ainda se aguentava vai agora gerir a Coral, uma das principais produtoras portuguesas e que trabalha tanto para a estação de Queluz de Baixo, como para a SIC. Aguarda-se um novo estilo na Coral.
DESCE - EDUARDO CABRITA
O momento em que o Presidente se vira para o ministro e lhe pergunta se quer dar explicações sobre o acidente na A6 é dos mais constrangedores da história política da nação. Com a voz sumida da máscara, Cabrita disse que não era adequado, e Marcelo reinou. O ministro não ficou bem na foto.
DESCE - JOE BERARDO
Um anúncio a um banco, feito na primeira década do século, diz de Berardo: "Este é um homem com uma vida extraordinária. Aventurou-se, viveu, fez fortuna, teve sucesso. Também tu sonhas. Também tu queres. O que te falta é um pequeno gesto. Acredita. Tu consegues!" Joe e outros Berardos já tiveram o regime a seus pés.