
'Quem Quer Namorar com o Agricultor?' é um formato que morreu, ou que pelo menos vai hibernar longamente na televisão portuguesa. Resistiu a diversos confrontos, conseguiu bater-se galhardamente até com algumas edições do 'Big Brother', mas, como todos os organismos televisivos, primeiro nasceu, depois cresceu, agora envelheceu, e finalmente há de morrer. Não há nada de extraordinário neste tipo de ciclos televisivos. Outros formatos, e tão ilustres como este, fizeram o mesmo percurso. Veja-se os 'Ídolos', por exemplo, que seria eventualmente uma forma bem conseguida de combater o 'The Voice'. Desapareceu da televisão portuguesa, e não mais voltou. Seja como for, a presente edição dos 'Agricultores' da SIC fraqueja de forma acentuada, e só o facto de o 'Big Brother' deste ano ser muito débil poupa a SIC a maiores dissabores ao domingo. Apesar disso, o 'BB' vive, mesmo assim, das polémicas, e consegue, dessa forma, sobrepor-se pontualmente à concorrência. Ambos, 'BB' e 'Agricultores', estão em enormes dificuldades frente ao formato da RTP1. A que se deve este cansaço do formato da SIC? Fazer televisão bem-disposta, romântica e luminosa agrega o público, a espaços regulares, e em determinados contextos históricos. A presença simpática da apresentadora também ajudou a construir o fenómeno. Andreia Rodrigues teve aqui o melhor desempenho da sua carreira, perfeitamente adequada às emoções de um programa que procura o amor. Mas de boas emoções está a televisão cheia, pelo que este tipo de formatos são sempre de desgaste rápido. A autofagia das
Seja como for, a presente edição dos 'Agricultores' da SIC fraqueja de forma acentuada, e só o facto de o 'Big Brother' deste ano ser muito débil poupa a SIC a maiores dissabores ao domingo. Apesar disso, o 'BB' vive, mesmo assim, das polémicas, e consegue, dessa forma, sobrepor-se pontualmente à concorrência. Ambos, 'BB' e 'Agricultores', estão em enormes dificuldades frente ao formato da RTP1.
PROGRAMAÇÃO - AS BOLSAS SARA CARREIRA
O programa 'Sementes do Futuro', na SIC, foi um daqueles raros momentos em que a televisão é mais que mero espetáculo. A ideia da família Carreira de entregar bolsas a jovens talentos em diversas áreas está na base da emissão. Trata-se de uma forma humaníssima de sublimar a perda da jovem Sara. As histórias de cada um dos candidatos são a necessária densidade da iniciativa. A fórmula encontrada para associar as marcas que são parceiras da iniciativa também foi uma lição de como o futuro da indústria exige novas soluções comerciais – os chefes das companhias envolvidas apadrinham os bolseiros. Com bom gosto e muita emoção. Parabéns à SIC e à família Carreira.
INFORMAÇÃO - ERROS NA SIC NOTÍCIAS
A grelha da SIC Notícias tem duas novidades que são dois atos falhados. Terça à noite há agora 'Sem Moderação'. Quatro políticos em debate e um deles é o moderador rotativo. Vem do 'canal Q', um canal pequeno que o leitor talvez desconheça. A falta de um apresentador profissional faz da conversa um pastelão sem ritmo. Pior é 'Linhas Vermelhas', à segunda-feira, que junta Mesquita Nunes e Mariana Mortágua. A pior forma de tratar a política na TV é juntar políticos pouco conhecidos e sem técnica televisiva. A repetição e insistência nos mesmos rostos só acentua o erro. Futuro difícil para os dois formatos.
SOBE - TIAGO GUEDES
Muitos leitores não terão oportunidade de ver, porque se trata de um produto apenas disponível na plataforma a pagar Netflix. Porém, a estreia da primeira série portuguesa na gigante do streaming deve aplaudir-se, e mais tarde ou mais cedo chegará a um público mais alargado. Voltaremos a este tema, analisando a série 'Glória', que já estreou. Uma boa notícia para a indústria dos media e o realizador Tiago Guedes é o rosto ideal para este elogio.
SOBE - MARCELO
A comunicação ao País, feita pelo Presidente da República para anunciar a dissolução do Parlamento e a data das eleições, foi uma lição de bem comunicar. Os argumentos, ditos um por um, cuidadosamente, fizeram sentido. Prova da eficácia da mensagem é o facto de que a polémica que começava a rodear a ação presidencial nesta crise política desvaneceu-se instantaneamente.
DESCE - GRAÇA FREITAS
A diretora-geral da Saúde voltou à ribalta porque, pelos vistos, sucedeu ao vice-almirante como líder do processo de vacinação. Domingo foi à SIC defender-se dos atrasos que já se notam na terceira dose contra a covid-19. A confusão de números, percentagens e datas foi de tal forma que provavelmente ninguém ficou a perceber quem deve ser vacinado, nem como, nem quando. Voltaram os piores tempos iniciais do processo de vacinação.