
O mês de outubro fecha com a SIC mais de dois pontos percentuais à frente da TVI. Tem sido uma constante e contribui para o triunfo da SIC em 2021. Por mais armas que a TVI convoque, o mais perto que conseguiu chegar da liderança foi sempre muito longe. Ao longo do ano, a distância tem variado entre 1 e 3 pontos, sempre com o canal de Balsemão à frente.
A maior aproximação aconteceu em setembro, quando a TVI ficou a apenas 1,3 pontos percentuais do líder. Em junho, pelo contrário, a maior distância: 3,1 pontos percentuais entre SIC, à frente, e TVI, logo atrás. Isto quer dizer, grosso modo, que os dois grandes ataques da TVI à SIC ao longo deste ano, o Europeu de futebol no verão e o Big Brother, no outono, não funcionaram. Já a RTP vai recuperar em outubro do grande abismo dos 9,9% obtido em agosto, e recupera para os 10,9, um ponto percentual acima. Parece pouco, mas representa alguma tranquilidade. Junho foi o melhor mês para o serviço público, com 11,8% de média mensal. A RTP1 funciona em espelho da TVI. Quando uma cresce, a outra desce quase o mesmo. O Europeu não resultou na TVI, mas puxou para cima a RTP.
Estes dados de outubro ganham outro sentido quando comparamos com o balanço anual. Aí, a SIC praticamente mantém o resultado do ano passado, marcando em 2021 a média anual de 19,5% de share (há um ano 19,8%). Mas a TVI cresceu muito, e tem até este momento 17,1%. Há um ano teve pouco mais de 15%. Parece que não, mas 2021 significou um enorme salto para a TVI.
INFORMAÇÃO - GOLEADA AO DOMINGO
Há uma parte do sucesso da SIC no dia mais relevante da semana que se deve à informação, e mais concretamente ao comentador Marques Mendes. Ainda no domingo passado o jornal da SIC teve um resultado praticamente equivalente à soma dos seus dois concorrentes. O Jornal da Noite fez 26,5%, contra 18% da TVI e 9% da RTP1. Um milhão e 343 mil portugueses informaram-se através da SIC, contra 1 milhão e 398 mil através dos seus concorrentes em canal aberto todos juntos. É claro que o jornal terá os seus méritos próprios, mas com tão extenso comentário na SIC e na TVI, a diferença entre comentadores tem necessariamente um peso significativo.
PROGRAMAÇÃO - JÚLIA PINHEIRO
Depois de ter perdido por escassa margem o confronto direto com o programa de Manuel Luís Goucha, no mês de setembro, a apresentadora da SIC voltou a conquistar a liderança das tardes para o canal liderado por Daniel Oliveira. Nalguns casos, Júlia teve mesmo distâncias significativas em relação à TVI, desequilibrando um horário que andava muito apertado. É uma das vencedoras de outubro, e merece elogios por ter reagido com energia à contrariedade da derrota.
SOBE - JERÓNIMO DE SOUSA
Conseguiu um feito raro para o PCP: manter o País suspenso de uma palavra sua. A conferência de imprensa de segunda-feira fez, na prática, cair o Governo, caso não haja nenhum volte-face, improvável num partido como o comunista. Jerónimo tem a simpatia natural que sempre o fez passar bem em televisão.
SOBE - MARCELO
Esta semana há outro político a elogiar. Assim que se pressentiu que o Orçamento podia chumbar, o Presidente foi claro. Se o Orçamento não passar, há eleições. Num País em que a política é tantas vezes um jogo floral, de quem fala, fala e não diz nada, Marcelo enriqueceu a democracia com a mensagem clara para todos perceberem.
DESCE - JOSÉ FRAGOSO
Ao domingo, dá-se o caso curioso de o programa mais forte da RTP, consensualmente elogiado e a fazer ótimos números (falo do The Voice), não ser suficiente para pôr o canal 1 a fazer mais de 9,6% de share no dia. Abaixo dos dois dígitos. Isso é sintoma decisivo da fragilidade global da oferta da RTP, incluindo programação e informação.