
Imagine-se a dimensão do reforço da grelha da SIC se tivesse um concurso do género O Preço Certo, com Fernando Mendes, às 19 horas. A SIC dispararia de volta às vantagens de 5/6 pontos sobre a concorrência. Ou, pelo contrário, o que seria da TVI caso pudesse contar com o "gordo" antes do jornal das 20 horas – no mínimo, seria muito mais provável que viesse a acontecer uma mudança de ciclo de liderança da SIC para a TVI. Num caso ou noutro, qualquer uma das estações privadas daria uma fortuna para garantir a contratação – e, aliás, ciclicamente têm tentado obter o concurso do apresentador mais popular da televisão portuguesa. Até agora, sem sucesso. No caso da SIC, a grelha às 7 da tarde costuma ser uma derivação do formato de entretenimento de domingo à noite – os Agricultores, por exemplo, têm um diário de segunda a sexta. O risco desta estratégia é óbvio – caso uma das apostas de domingo falhe, será imediatamente repercutido na grelha diária. Ora, a presença de um concurso de sucesso seria solução milagrosa e duradoura para esse risco. Se, pelo contrário, olharmos para a TVI, ainda mais relevante seria a mudança do "gordo": a grelha da TVI tem tamanhas fragilidades que resolver as 7 da tarde provocaria um arrasto significativo de sucesso. Atrás das 19 horas viria a vitória do Jornal das 8, e daí até à ficção seria um tirinho. Muito dificilmente a SIC conseguiria resistir. Ora bem: tudo isto são cenários fantasiosos. O que conta é a realidade: e aí, Fernando Mendes está de pedra e cal na RTP1, com quem renova mais uma vez. Ele é, hoje em dia, verdadeiramente, o espírito do serviço público. Apresenta com ritmo, com graça, com inteligência, e com afeto. Os quatro ingredientes que fazem com que parte da população organize as suas rotinas de maneira a estar em frente ao ecrã da RTP1 todos os dias, às 7 da tarde. INFORMAÇÃO - BENFICA NA RTP3
No caso da SIC, a grelha às 7 da tarde costuma ser uma derivação do formato de entretenimento de domingo à noite – os Agricultores, por exemplo, têm um diário de segunda a sexta. O risco desta estratégia é óbvio – caso uma das apostas de domingo falhe, será imediatamente repercutido na grelha diária. Ora, a presença de um concurso de sucesso seria solução milagrosa e duradoura para esse risco. Se, pelo contrário, olharmos para a TVI, ainda mais relevante seria a mudança do "gordo": a grelha da TVI tem tamanhas fragilidades que resolver as 7 da tarde provocaria um arrasto significativo de sucesso. Atrás das 19 horas viria a vitória do Jornal das 8, e daí até à ficção seria um tirinho. Muito dificilmente a SIC conseguiria resistir. Ora bem: tudo isto são cenários fantasiosos.
O que conta é a realidade: e aí, Fernando Mendes está de pedra e cal na RTP1, com quem renova mais uma vez. Ele é, hoje em dia, verdadeiramente, o espírito do serviço público. Apresenta com ritmo, com graça, com inteligência, e com afeto. Os quatro ingredientes que fazem com que parte da população organize as suas rotinas de maneira a estar em frente ao ecrã da RTP1 todos os dias, às 7 da tarde.
O resultado foi péssimo, esteve, aliás, praticamente toda a madrugada a registar zero de audiências. Porém, o trabalho que a RTP3 fez nas eleições do Benfica é digno de elogio, até porque mostra que os melhores profissionais, como Carlos Manuel Albuquerque, não desistem de lutar pela empresa. Com o apagamento precoce da TVI24 e a passividade da SIC Notícias, foi a RTP3 que fez concorrência à CMTV nas eleições que consagraram Rui Costa. A entrevista telefónica a Benítez foi um grande momento de televisão.
PROGRAMAÇÃO - A NOSSA TARDE
As tardes da RTP1 têm vida, e têm muita simpatia, garantia de Tânia Ribas de Oliveira. Seria um programa para dar luta aos concorrentes privados. Os convidados são em geral bem escolhidos, o cenário é rico, talvez mais rico que alguns dos concorrentes. Porém, o sucesso de um programa depende sempre da dinâmica do canal. E a dinâmica da grelha da RTP1 dificilmente consegue pegar em produtos normais e criar casos de sucesso. Caso a empresa decidisse promover os seus programas de uma forma criativa, e sem parecer envergonhada, poderia organizar alguma resistência à queda a partir das tardes de Tânia Ribas de Oliveira.
SOBE - ANDREIA RODRIGUES
Goleou o Big Brother, na estreia. O formato a que a SIC tem recorrido para travar o reality show mais forte do mercado, o BB, casa como uma luva no perfil de Andreia Rodrigues. A vantagem esta semana, na estreia, foi avassaladora.
SOBE - SANTANA LOPES
A conversa de Ricardo Araújo Pereira com Santana Lopes, domingo passado, foi uma lição de bem comunicar em televisão. Santana Lopes é um mestre da política, e fala sem receio das suas derrotas (várias, em muitas eleições), das suas dificuldades (a explicação para as dívidas da autarquia da Figueira da Foz foi uma lição) e também, claro, das suas vitórias ("o povo é que decide", disse simplesmente). Um achado.
DESCE - CLÁUDIO RAMOS
A gaffe que incendiou as redes sociais no domingo à noite, com Cláudio Ramos a utilizar, por engano espontâneo, um vernáculo desajustado, demonstra que os apresentadores do Big Brother acumulam tensão por perceberem que o formato assim não está certo. Creio que o mais indicado para a TVI seria arranjar uma qualquer forma de corrigir já a decisão. Caso contrário, só tenderá a baixar ainda mais, fruto do erro de casting no domingo à noite.