
Quer tenha cumprimentado, quer não, e independentemente das justificações que foram apresentadas para a cena, a verdade é que a situação é triste e lamentável. Ronaldo tem um estatuto de lenda que faz dele um dos maiores jogadores de futebol da história. Há até quem entenda que foi o maior futebolista de sempre. Que é o maior embaixador do País, conhecido em todo o planeta, disso não restam dúvidas.
Porém, apesar dessa dimensão estratosférica, começa a ser habitual este tipo de situações lamentáveis em redor do grande jogador, que se aproxima do final de carreira. Lembramo-nos intuitivamente da braçadeira atirada ao chão, também contra a Sérvia, por exemplo, situação naturalmente enquadrada pela Federação em nome da salvaguarda da seleção, mas que na verdade foi bastante grave.
Agora, no estádio da Luz, uma coisa é a natural frustração pela derrota. Isso é o mais natural possível. Outra coisa bem diferente é a forma como Cristiano Ronaldo tratou o selecionador, e que aliás foi notícia à escala global. Com este conjunto de episódios de grande tensão, CR7 mostra que está em sofrimento acentuado ao ser confrontado com a sua própria limitação humana. Era importante que o entorno do mito futebolístico soubesse ajudá-lo a terminar a carreira com toda a dignidade. Alguém terá essa coragem? Seria um último serviço de Jorge Mendes ao mito eterno do futebol.
PROGRAMAÇÃO - SELEÇÃO SEM NARRADOR
A forma como a RTP tratou a transmissão do jogo Portugal-Sérvia acabou por ser um prenúncio da desgraça que veio a verificar-se em campo. O arranque do direto foi feito sem narração, que só foi retomada após a transmissão do hino da Sérvia, tocado e emitido sem qualquer enquadramento. Antes disso já tinha ocorrido, também sem narração, a homenagem ao guarda-redes Rui Patrício, pela mão do presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Um desastre técnico e de operação, da parte da RTP, que antecedeu a desilusão nacional.
INFORMAÇÃO - UM SISMO NA SIC NOTÍCIAS
A SIC Notícias estreou um novo formato de análise e conversa. Três convidados logo às 9 da manhã de segunda-feira. Começar o dia informativo com uma conversa a três é uma mudança significativa no conceito do canal. Aos poucos, a SIC Notícias move-se e altera o seu ADN, de canal de notícias para canal de talk shows informativos. Isso pode ser bom ou pode ser mau, dependendo da resposta do público. O problema é que dá a ideia de que está a ser operado um pequeno terramoto no canal, mas que isso eventualmente não resultará de um qualquer pensamento estratégico, mas sim da necessidade de reação tática aos desafios da concorrência.
SOBE - RODRIGO
Estreou uma narrativa na plataforma Tik Tok, feita de pequenos vídeos, com base na ideia de ensinar a língua portuguesa aos espectadores e internautas. Rodrigo reinventa-se amiudadas vezes na sua carreira, e faz dessa capacidade uma força. Desta vez, porém, a surpresa é grande. O elogio segue pela capacidade de inovar.
SOBE - GABRIELA SOBRAL
A ficção da TVI dá provas de vida. Mesmo que a complexidade de uma novela seja tão grande que é difícil assacar mérito ou culpa a apenas uma pessoa, a verdade é que essa prova de vida coincide com o regresso de Gabriela Sobral à TVI. Na semana de estreia da nova novela da estação, é importante dar este sinal de reconhecimento. A ficção da TVI está a subir.
DESCE - FERNANDO SANTOS
As conferências de imprensa do selecionador começam a ser subsidiárias do espírito de Paris. O selecionador, em tempos, teve a sorte de prever que ia a uma final e que a ganhava. Parece agora viver desses louros. Dizer que Portugal estará seguramente no Mundial, logo a seguir à derrota contra a Sérvia, seria risível se não fosse apenas absurda.