
A TVI emitiu às 7 da tarde, durante menos de uma semana, um programa chamado 'Like Me'. É um 'reality show' que junta um conjunto de pessoas famosas no mundo online. O marketing da estação diz que são "10 influenciadores digitais que tiveram de ‘abandonar’ as próprias redes sociais para se dedicarem" ao programa.
No início, a TVI fez diários, antes do 'Jornal das 8', e uma espécie de gala, ao sábado. No primeiro dia, 'Like Me' fez 13,7% de share, o que era trágico porque igualava os piores resultados no horário. Depois, desceu ainda mais: terça fez 8,9%, e, quinta, 7%. Foi a pior semana de sempre da TVI naquele horário.
Na sexta, já não foi para o ar, depois lá apareceu Fátima Lopes a esticar os conteúdos da tarde, colando ao jornal os conselhos do Marco, que ensinava "a fazer rabanadas com frutos vermelhos" (não é brincadeira, aconteceu!) A aposta num formato como o 'Like Me' baseia-se num equívoco que ataca a indústria há anos: muitos decisores televisivos dão prova da sua mediocridade ao confundirem o que agora se chama de redes sociais com a realidade.
Pegar num grupo de autointitulados influenciadores, que na verdade não passam de pessoas que "metem umas coisas na internet", e achar que isso vai funcionar à hora a que o País real chega a casa, para fazer o jantar ou tratar dos filhos, para ajudar nos trabalhos de casa ou simplesmente descansar de uma vida de cão, imaginar que o público das 7 da tarde se emociona com desconhecidos, é uma verdadeira estultícia. Há derrotas injustas. Esta é mais do que merecida.
TARDES DE DOMINGO
São o último horário em que a TVI ainda lidera. É um serviço público prestado pela estação, mesmo que, a reboque, vá todo um modelo de negócio baseado nas chamadas de valor acrescentado, o que, bem vistas as coisas, não tem mal nenhum. No domingo passado, a TVI ganhou com uma tarde avassaladora.
O "GORDO" REINA
Na fase mais difícil do percurso de Fernando Mendes, quando enfrentava a concorrência de Cristina Ferreira, o "Gordo" sempre manteve a boa-disposição e o respeito pelo seu público. Tantas voltas deu a vida e eis que o 'O Preço Certo' volta a reinar. Aqui fica a homenagem a um verdadeiro profissional de eleição.
A NOVA ESTRELA NACIONAL
A Liga das Nações não despertou a paixão habitual que costuma rodear as nossas seleções. O torneio é curto, mas se por acaso Portugal for à final (a decisão será posterior à escrita deste texto) alguma euforia se há de gerar até domingo. Desta curta história de amor de verão vai sobreviver uma estrela nova, que atrai as câmaras como há muito tempo nenhum outro jogador português atraía. João Félix é a nova fonte de luz que, se tudo correr normalmente, garantirá as audiências e a necessária rentabilidade às nossas seleções por mais década e meia.
AUDIÊNCIAS DE JUNHO
Ao fim de 4 meses da liderança, a SIC já controla também o horário nobre, e começa a ter algum sucesso na ficção nacional. A distância para a TVI alarga-se, e a luta pelo segundo lugar está no horizonte da RTP1, apesar de ainda não ser para já. Junho vai acentuar esta tendência de crescimento da SIC e de queda da TVI. Subjacente a todo este movimento está a queda acentuada do consumo das televisões generalistas.