
O sucesso retumbante de Cristina na SIC teve uma ajuda preciosíssima da TVI. Quando a apresentadora assinou contrato com a sua nova estação teve de ficar largos meses fora do ar, por razões contratuais. Cristina foi anunciada em Carnaxide a 22 de agosto de 2018, mas só estreou o seu novo programa em janeiro do ano seguinte.
Passaram quase 5 meses, durante os quais o facto de estar fora do ar aumentou a curiosidade: afinal, o que vinha aí de tão importante para a TVI fazer finca-pé em dificultar a vida à sua antiga profissional? Pior: ao mesmo tempo que usavam todos os estratagemas possíveis para atrasar a estreia de Cristina na SIC, os responsáveis pela TVI emitiam diariamente concursos que a apresentadora deixou gravados. Chegou, inclusive, a haver dias em que a TVI só conseguia ultrapassar a SIC no momento em que Cristina Ferreira entrava no ar, com o seu arquivo.
Quem delineou esta estratégia em Queluz de Baixo devia ser fortemente penalizado, porque deu uma contribuição significativa para aumentar o impacto da contratação de Cristina Ferreira pela SIC. Moral da história: quando o talento decide mudar de empresa, a melhor estratégia para quem o perde é deixar que os profissionais apareçam rapidamente na sua nova estação. Assim, esvazia-se a curiosidade e prova-se que as marcas também têm um papel decisivo na construção do sucesso. Ao agir como agiu, com vistas curtas, a TVI deu uma inestimável ajuda à construção de uma marca que tudo arrasou no mercado. A marca-Cristina.
AQUILO NÃO É NADA
Sexta à noite estreou o novo talk show da RTP1, com José Pedro Vasconcelos ao leme. Trata-se de um apresentador com pouco carisma, que tem sobrevivido no canal 1 sem provar, ainda, o valor que o fez lá chegar. Aliás, há outros casos na televisão do Estado de apresentadores sem qualidades. Veremos como evolui.
O VALOR DA POLÍTICAFoi um drama bem encenado, com emoção em crescendo até ao desenlace. E, como todos os dramas emocionantes, resultou! O público aderiu. Às 17:00 daquela 6ª feira, o País aguardava, ansioso, pelo discurso de António Costa. A sequência em redor da lei dos professores mostra que a política também é suscetível de prender a atenção dos espectadores televisivos.
O TÉNIS, ESSE DESCONHECIDONão é um desporto, é um modelo de negócio. É bizarro o investimento da TVI24 no Estoril Open, torneio que prejudica a estação e praticamente lhe retira toda a capacidade de manobra enquanto há jogos. No recinto, até pode haver um desfile de vaidades, mas um canal de informação tem uma relevância que justificaria não ser escravizado a determinados interesses comerciais. Resultado: transmissões praticamente fantasmas, com poucos milhares de espectadores.
PRÓXIMO DA RTPA evolução do programa das manhãs da TVI tem, hoje em dia, um único sentido: Goucha aproxima-se perigosamente do resultado da Praça da Alegria, da RTP1, ou seja, do último lugar. Isso indica que o formato vai ter de mudar, e os apresentadores também. Quanto mais tempo a TVI resistir a essa realidade, pior para o canal. Mas o que tem de ser tem muita força, e vai impor-se.