
A TVI desperdiça um dos últimos tiros de que dispunha este ano com uma escolha bizarra para a apresentação do Big Brother. Juntar dois apresentadores masculinos, de personalidades marcadas como são Goucha e Cláudio Ramos, é uma ideia de tal forma absurda que custa a perceber como é que ninguém se levantou nalguma sala de reuniões, em algum momento, para alertar o resto da equipa dirigente: "espera aí, dois homens não pode ser! Não pode simplesmente ser!" O domingo à noite é o horário tipicamente familiar. Os formatos programados para este horário procuram fazer o arco das idades e dos géneros, para agradar a novos e velhos, homens e mulheres, público citadino e rural. Ora, é precisamente no horário mais transversal da televisão que a TVI faz a escolha disruptiva de colocar dois homens lado a lado? Não se entende. A decisão é tanto mais grave quanto o concurso tem, este ano, armas que o fortalecem. Desde logo, o prémio, fator essencial para transmitir tensão ao público e aos concorrentes. Depois, a casa, ao estilo futurista, com corredores ao jeito de naves espaciais, é, provavelmente, a melhor de sempre das várias edições do BB entre nós. Quanto ao leque de concorrentes: ainda é cedo para avaliar, mas dá ideia de que há ali combinações interessantes. A realização ainda não foi totalmente escorreita na primeira emissão – um formato deste género é muito complexo, é natural que o realizador vá crescendo com o andar da carruagem, e isso, estou certo, vai acontecer. Veremos até que ponto a dupla de apresentadores neutraliza todo este conjunto de ingredientes fortes que poderiam levar a TVI a lutar pela liderança neste último trimestre.
O domingo à noite é o horário tipicamente familiar. Os formatos programados para este horário procuram fazer o arco das idades e dos géneros, para agradar a novos e velhos, homens e mulheres, público citadino e rural. Ora, é precisamente no horário mais transversal da televisão que a TVI faz a escolha disruptiva de colocar dois homens lado a lado? Não se entende. A decisão é tanto mais grave quanto o concurso tem, este ano, armas que o fortalecem. Desde logo, o prémio, fator essencial para transmitir tensão ao público e aos concorrentes. Depois, a casa, ao estilo futurista, com corredores ao jeito de naves espaciais, é, provavelmente, a melhor de sempre das várias edições do BB entre nós.
PROGRAMAÇÃO - 11 DE SETEMBRO
Um conjunto de emissões documentais, e não só, perpassou os canais portugueses nos 20 anos dos atentados do 11 de setembro. Há uma dimensão pedagógica na evocação da memória que as televisões cumprem com qualidade. Mas o terror que brotou do ataque às torres gémeas é mais do que memória – é também refletir sobre o tempo presente, porque na verdade o conjunto de questões levantadas ao ocidente naquele dia marcam ainda o nosso presente coletivo. Opção errada terá sido restringir ao cabo a evocação – as grelhas das generalistas praticamente não mexeram.
INFORMAÇÃO - JORGE SAMPAIO
Um Presidente de coração afetuoso, que chorava em público, e que se preocupava com os pobres e desprotegidos. Porém, um estadista rigoroso e exigente, que obrigou o primeiro-ministro Guterres a demitir ministros e secretários de Estado quando lhe cheirou a esturro, e que usou a bomba atómica da dissolução do parlamento quando entendeu que o governo de Santana Lopes era demasiado incompetente para continuar. Jorge Sampaio recebeu as homenagens devidas, num cerimonial fúnebre que dignificou o Estado e que deve orgulhar os portugueses. Somos um povo justo para quem nos lidera com clarividência democrática. O povo juntou-se ao adeus, e o trabalho televisivo, sóbrio mas intenso, está de parabéns. Todas as televisões, da RTP à CMTV, passando pela SIC e pela TVI, uniram esforços para que a cobertura fosse o mais completa possível. Um ótimo exemplo para regular o mercado: concorrer quando é preciso concorrer; trabalhar em conjunto quando as circunstâncias o impõem. SOBE - MARQUES MENDES
Linguagem simples. Oralidade quanto baste na interrelação com Clara de Sousa, com quem fala como se falasse com cada espectador. Grafismos muito simples, algo que deve dar muito trabalho. E, como extra, muitas vezes dá informações novas e relevantes. Marques Mendes aproximou-se do patamar de excelência durante a pandemia, e hoje dá 10-0 ao concorrente, Paulo Portas, que continua enredado no seu labirinto, e em pé. Semana a semana, Marques Mendes aproxima-se do coração dos espectadores portugueses. SOBE - FÁTIMA C. FERREIRA
SOBE - FÁTIMA C. FERREIRA
Só agora consegui ver a entrevista de Francisco P. Balsemão a Fátima Campos Ferreira, mas merece nota nesta coluna. A forma escorreita, porém intensa, como a entrevista decorreu mostram que Fátima continua a ser do melhor que a RTP tem no género. Felizmente para a concorrência, está muito mal aproveitada. DESCE - NUNO ARTUR SILVA
DESCE - NUNO ARTUR SILVA
Mais uma semana de resultados desastrosos para a RTP-1, que chega a ficar atrás da CMTV no horário nobre. Sem programas, sem estratégia e sem discurso (há quanto tempo ninguém da RTP fala sobre a empresa a não ser para pedir mais dinheiro na conta da luz?), a televisão do Estado atravessa uma das piores crises da sua História, e a tutela política não tem energia nem ideias para suscitar sequer um mero sobressalto.