
Agora que o ciclo eleitoral passou, o próximo governo terá inúmeras urgências a acudir, da habitação à saúde, da justiça às forças de segurança. Entre tantas tarefas com profunda urgência e impacto social, é relevante não esquecer a importância da crise dos media e dos efeitos para o tecido social que representaria a continuada degradação deste mercado. O diagnóstico está feito, e é mais ou menos consensual. Mas exige um plano de ataque, e sobretudo energia a executá-lo. Destaco três setores: a imprensa escrita, o desafio digital e o labirinto da RTP. Vejamos a imprensa escrita: a degradação das condições económicas da indústria passa pela crescente dificuldade de imprimir e levar jornais a todo o país, exigência mínima para a coesão nacional. Mais do que estudar ajudas aos órgãos de comunicação social, algo que, se partisse das mãos do Estado, mais não faria que degradar a confiança dos cidadãos, é na ajuda aos custos de contexto das empresas de jornalismo (como é o caso dos custos de energia, da fiscalidade e do enquadramento geral do emprego), e sobretudo no apoio à manutenção da impressão e distribuição nacional que o próximo primeiro-ministro deve centrar a sua ação. Segundo tema: o desafio digital. Grande parte da rentabilidade do jornalismo livre é alvo dos grandes predadores internacionais de receita. As gigantes norte-americanas da internet atuam em Portugal, sugam receitas e cativam interesse sem deixar a justa contribuição para as empresas e os criadores de conteúdos nacionais. Finalmente, o tema-chave: o futuro da RTP. O tema é explosivo, e talvez um governo minoritário não consiga enfrentá-lo, mas só a definição das condições de financiamento da televisão do Estado poderá, num mesmo movimento, recuperar a credibilidade do serviço público de televisão, e libertar recursos no mercado para a iniciativa privada. O fim da publicidade nos canais do Estado, com a consequente criação de formas diversas de financiamento, é uma urgência basilar para qualquer plano de combate à crise nos media portugueses.
Destaco três setores: a imprensa escrita, o desafio digital e o labirinto da RTP. Vejamos a imprensa escrita: a degradação das condições económicas da indústria passa pela crescente dificuldade de imprimir e levar jornais a todo o país, exigência mínima para a coesão nacional. Mais do que estudar ajudas aos órgãos de comunicação social, algo que, se partisse das mãos do Estado, mais não faria que degradar a confiança dos cidadãos, é na ajuda aos custos de contexto das empresas de jornalismo (como é o caso dos custos de energia, da fiscalidade e do enquadramento geral do emprego), e sobretudo no apoio à manutenção da impressão e distribuição nacional que o próximo primeiro-ministro deve centrar a sua ação.
Segundo tema: o desafio digital. Grande parte da rentabilidade do jornalismo livre é alvo dos grandes predadores internacionais de receita. As gigantes norte-americanas da internet atuam em Portugal, sugam receitas e cativam interesse sem deixar a justa contribuição para as empresas e os criadores de conteúdos nacionais.
Finalmente, o tema-chave: o futuro da RTP. O tema é explosivo, e talvez um governo minoritário não consiga enfrentá-lo, mas só a definição das condições de financiamento da televisão do Estado poderá, num mesmo movimento, recuperar a credibilidade do serviço público de televisão, e libertar recursos no mercado para a iniciativa privada. O fim da publicidade nos canais do Estado, com a consequente criação de formas diversas de financiamento, é uma urgência basilar para qualquer plano de combate à crise nos media portugueses.
INFORMAÇÃO - MAIORIA ABSOLUTA
Pela complexidade da operação, é nas noites eleitorais que se avalia o estado de saúde dos projetos informativos das televisões. Domingo, o resultado é simples: vitória em toda a linha da SIC, com os melhores comentadores, grafismo e ritmo de emissão, e derrota histórica da TVI, que falhou em toda a linha. Nestas emissões não dá mesmo para disfarçar; todas as debilidades vêm ao de cima. Que o diga a RTP1: apesar do melhor estúdio entre todas as emissões, e de José Rodrigues dos Santos, ficou em último entre as generalistas, e perdeu grande parte da noite até para o líder do cabo.
PROGRAMAÇÃO - MARÇO SERÁ SIC?
Começa a concretizar-se o cenário de nova reviravolta. A SIC juntou o sucesso da emissão eleitoral ao avanço global na área da informação, adicionou boa gestão das transmissões de futebol, uns fins de semana bem artilhados, e ainda o programa de Hernâni Carvalho a arrasar no início das tardes. Tudo junto, está em marcha nova liderança da SIC em março.
SOBE - LUÍS MONTENEGRO
Uma vitória é uma vitória, e chegar ao poder faz toda a diferença. O traquejo televisivo, desde os tempos do programa na TVI24, deu-lhe boas prestações nos debates e nas entrevistas.
SOBE - ANDRÉ VENTURA
Numa eleição em que todos os principais líderes passaram pela televisão, do PSD a Mortágua, o presidente do Chega é quem teve maior tempo para preparar a sua veia de tribuno. O carisma que lhe é apontado nasceu nos tempos do comentário desportivo.
SOBE - JUDITE SOUSA
Abro uma exceção nesta página para falar da CMTV, e elogiar o desempenho de uma comentadora eleitoral inesperada, que esteve a grande altura, lançando todos os principais temas da noite. Um serviço à indústria, o regresso de Judite. De parabéns.