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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

O fim de uma era na TVI

É o maior fracasso na carreira de Teresa Guilherme como apresentadora, mas é também sintoma da actual fragilidade da estação, que desiste de um formato original sem lutar por ele.
17 de novembro de 2017 às 15:44
Teresa Guilherme, Biggest Deal, TVI
Teresa Guilherme, Biggest Deal, TVI

O pesadelo que atormentava Teresa Guilherme chegou ao fim muito mais depressa do que se poderia imaginar. Sábado passado, a TVI encerrou as votações, entregou a taça a Isabel Figueira e desfez-se de um incómodo chamado Biggest Deal em menos de duas horas de emissão. No canal temático dedicado ao formato, na plataforma NOS, foi "rei morto-rei posto".

Ainda o cadáver estava quente na generalista, e já a estação de Queluz de Baixo repetia, no canal 12, uma das produções anteriores de A Casa dos Segredos, e prometia para breve nova edição do formato. Foram duas horas penosas para todos, apresentadora, concorrentes e público. Um bizarro programa de televisão, que decorreu como uma autêntica cerimónia fúnebre. Ao enterrar desta forma um reality show que era um original da estação, a TVI muda o padrão do seu próprio comportamento perante um fracasso.

Se analisarmos o anterior grande flop do canal, o Let’s Dance, de Fátima Lopes, verificamos que, nessa altura, a empresa cerrou fileiras, mudou horários, mexeu nas grelhas, ou seja, fez tudo para o aguentar até ao fim.

A mensagem era clara: a estação líder não poderia desistir de uma aposta forte, porque isso significaria uma fraqueza e seria um sintoma de falta de poder impensável para o canal que domina o mercado.

Desta vez, a TVI mostra que não é infalível. Cristina Ferreira, a novela A Herdeira e as tardes de Fátima Lopes já não chegam para disfarçar o fim de uma era na estação, apanhada pela armadilha do seu futuro, e a beneficiar apenas da falta de ideias e de energia da principal concorrente, a SIC.    

Selecção em TRÊS canais

A Federação conseguiu convencer RTP, SIC e TVI a darem em simultâneo dois jogos da Selecção. O primeiro conseguiu juntar, no total, 2,6 milhões de pessoas,    e 57,8% de share. Ou seja, mais de 42% de quem via televisão fugiu a esta monocultura, imposta pela força do evento futebolístico. Um dado curioso.

Cosido à mão

Sinais interessantes na RTP1, Sábado à noite. Mais de 520 mil pessoas  já seguem o programa, sem pretensões, de Sónia Araújo. Acima dos 12% de share, Cosido fica em linha com a estação. O formato sucedeu a Luís de Matos: será que dois projectos tão antagónicos fazem sentido no mesmo canal, no mesmo horário?

Jantar no panteão

Lisboa recebeu, pela segunda vez, a chamada Web Summit. Trata-se de um evento tecnológico, tornado global pelo marketing da organização e pela submissão voluntária dos nossos poderes, sempre ávidos de se mostrarem modernos e a par das tendências da moda. Por ironia do destino, a memória popular da Web Summit ficará marcada por este jantar, reservado a um público muito restrito, organizado em pleno Panteão.  O espezinhar barulhento da memória nacional fica como metáfora dessa mesma submissão dos políticos. O vídeo que mostra o jantar faz História.

Televisão por telefone

A SIC Notícias funciona por modas. Houve uma fase em que o canal mais parecia a Skype-Notícias: tudo era motivo para chamar, via Skype, um qualquer especialista, tavez para mostrar uma suposta, e falsa, modernidade tecnológica. Era inevitável: essa febre passou. Agora, estranhamente, está em vigor a obsessão por telefonemas: fazer um especial é colocar espectadores ao telefone. Não há uma ideia nova no canal?

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