'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

Os trabalhos de Fragoso

Recuperar o estatuto ético da empresa, valorizar a informação do canal 1 e decidir qual o caminho da ficção nacional no serviço público são os três principais desafios do novo director de Programas.
08 de junho de 2018 às 07:00
José Fragoso, RTP, diretor de programas
José Fragoso, RTP, diretor de programas Foto: Cofina Media

O novo director de Programas chega à RTP na melhor altura possível. As audiências do canal 1 e do canal 2 são tão baixas que bastará "trocar umas cassetes", como se dizia antigamente, para que os números comecem a ser melhores.

Além disso, o Mundial está aí à porta. Com essa benesse, José Fragoso ganha tempo para se ambientar, neste seu regresso a casa, e tomar as primeiras medidas.

Fragoso tem três desafios centrais à sua frente: primeiro, fazer uma espécie de renascimento ético do serviço público, recuperando a lisura de processos e afastando qualquer suspeita sobre os negócios da estação pública, mesmo que isso implique deixar, temporariamente que seja, algumas produtoras fora da relação comercial com a empresa; depois, e em segundo lugar, Fragoso precisa de dar mais força e espaço na grelha à informação da casa, desde logo porque se trata do produto mais forte da RTP, e que pode ajudar a melhorar de imediato a performance do horário nobre; finalmente, o terceiro grande desafio é decidir o que fazer com a ficção nacional – desde logo, acabar com as séries despesistas e autistas que têm sido feitas e evitar novelas low-cost, que mais não são do que produtos iguais aos dos privados, só que muito mais pobrezinhos.

Recuperar o estatuto ético do serviço público, valorizar a informação da casa e escolher o caminho para a ficção de serviço público – parece simples, mas já seria deixar um legado imenso nesta sua segunda passagem pela RTP. Que tem tudo para dar certo. A crise da SIC diz-nos que a RTP1 pode, em breve, ganhar outra vez a um canal privado.

REORGANIZAR O DAY TIME

Vejamos que RTP está para vir com o novo director de Programas, José Fragoso. Os gastos com as séries deixaram para trás o day time. Agora, é urgente valorizar a Praça e as tardes, e fazer verdadeiro serviço público – antes do mais, um serviço público que sirva para fazer companhia aos espectadores.

VALORIZAR OS MELHORES

Nesta breve análise do que poderá ser a nova RTP de Fragoso, é fundamental olhar para o plantel de apresentadores. Malato não pode estar sub-aproveitado numa estação que dá antena generalista a apresentadores de nicho como Pedro Fernandes ou Filomena Cautela. Dar um sentido global à antena é preciso.

APOIAR A ESTRELA

A RTP aprendeu nos últimos anos que não é possível ter tranquilidade na sua missão de serviço público se esse mesmo serviço público não tiver audiências. Ora, o campeão do serviço público é Fernando Mendes, ele que foi a maior vítima da anterior equipa da direção de Programas, ao ficar isolado e sem qualquer apoio a enfrentar o maior desafio da história d’O Preço Certo. É verdade que Cristina Ferreira e a TVI ganharam, mas agora, se o canal 1 cerrar fileiras em redor do seu ponta-de-lança, uma nova era se poderá abrir neste horário tão importante, de acesso ao Telejornal.

O FUTEBOL É O MAIOR RISCO

O principal perigo para a RTP de Fragoso é o ponto fraco do seu novo director de Programas. Fragoso fez uma carreira ligada ao desporto, mais concretamente ao futebol. Na TVI, como diretor de Programas, a opção pela compra da Champions foi o início da sua perda. Com o tempo, deve ter limado arestas, mas aqui fica o alerta: pejar a RTP de jogos e joguinhos será meio caminho andado para novo desastre.

 

Leia também
Leia também
Leia também

você vai gostar de...

Mais notícias de A Grelha da Semana

TVI renasce

TVI renasce

O mercado dos generalistas perdeu, nos primeiros 8 meses, perto de 145 mil espetadores.
Fogo e abandono

Fogo e abandono

É esse mesmo abandono que depois fica registado nas inúmeras reportagens em diretos do combate aos fogos.
Fome em Gaza

Fome em Gaza

Em defesa do que resta do prestígio do Estado israelita, é urgente mudar o rumo deste genocídio lento.
Nada mexe na TVI

Nada mexe na TVI

Já agora, no meio da queda generalizada, até é a informação da TVI que dá alguns sinais de vida.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável