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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

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E depois do Adeus?

Canal 1 voltou ao patamar anterior assim que acabou a festa. A RTP tratou com competência, mas sem brilho, um dos maiores desafios da sua História: realizar o Eurofestival em Portugal.
18 de maio de 2018 às 07:00
Eurovisão
Eurovisão Foto: Andres Putting e Thomas Hanses

Chegou ao fim a aventura da Eurovisão. Devido à surpreendente vitória de Salvador Sobral, a RTP viu-se a braços com uma das mais difíceis tarefas da sua História – organizar o Eurofestival em Portugal.

Na verdade, a televisão do Estado escapou com vida a este desafio gigantesco. Fê-lo, porém, sem rasgo nem brilho. Pior: tudo não passou de um fogacho. Da mesma forma que o Eurofestival chegou, assim partirá, sem deixar memória nem semente.

Sintoma disso mesmo são as audiências – a final fez perto de milhão e meio de espectadores, algo que a RTP se apressou a considerar positivo, e que permitiu uma das melhores semanas do canal, nos últimos tempos. Só que, na verdade, este número fica abaixo de muitos jogos de futebol: o fracasso da concorrente portuguesa não ajudou a cimentar um auditório mais alargado.

Mais significativo ainda: apenas dois dias depois da cerimónia já o canal 1 tinha regressado ao patamar dos 11%. Todo o dinheiro investido desapareceu, e nada ficou. Até a mais brilhante das revelações proporcionadas pela realização do Eurofestival em Lisboa se esfumará sem deixar rasto.

Falo da qualidade da actriz Daniela Ruah como apresentadora televisiva, provavelmente uma ocasião que não se repetirá. Isso será a maior perda entre as poucas coisas boas que aconteceram devido a este evento. Depois, há Salvador Sobral. Também aqui, o futuro tem mais incógnitas do que certezas.

Sobral vai ter de encontrar o seu espaço, e isso não será fácil, nem para o artista, nem para nós, que nos deslumbrámos, há um ano, com o seu 'Amar Pelos Dois'. Mas disso, falaremos noutro dia.

1 CAETANO VELOSO

Elogiou Salvador desde a primeira hora. Aparecer ao seu lado fez todo o sentido, seguramente num dos momentos mais altos da História de décadas do Eurofestival. Caetano Veloso, que já tinha dado uma notável entrevista a Vítor Gonçalves, na RTP, é a verdadeira estrela global da música de língua portuguesa.

2 DANIELA RUAH

Parabéns a quem se lembrou da actriz portuguesa para apresentar o Festival. Sem experiência da tarefa, foi brilhante, e será, se quiser, uma apresentadora de excelência. Catarina Furtado brilhou, mesmo contra a inveja habitual das redes sociais. Sílvia Alberto e, principalmente, Filomena Cautela não conseguiram desfazer a ideia de que lhes caiu a sorte grande no colo. 

3 O ÍCONE DO FESTIVAL

No ano a seguir a Salvador Sobral, é curioso verificar como a vencedora do Eurofestival é o oposto absoluto do português. A cantora israelita Netta é a antítese de Sobral, e essa antítese manifestou-se na música, no palco, mas também na própria forma de ver e entender a filosofia do espectáculo. A troca pública de remoques, com Salvador Sobral a atacá-la muito antes da final, como que a consagrou como valor alternativo ao vencedor do ano passado. No fundo, Salvador Sobral elegeu Netta como personificação do espírito festivaleiro que tanto criticou no ano passado, em Kiev.

4 QUE POBREZA!

Logo a seguir ao Festival da Eurovisão, até parecia que o dinheiro tinha acabado e que era preciso improvisar à pressa. Não se encontrou melhor forma de fazer o pós-espectáculo do que colocar uns vasos atrás de uma apresentadora, que lá foi aguentando a coisa o melhor que conseguiu à conversa com outro apresentador. Depois, até foi preciso chamar uns transeuntes que por ali passavam... que pobre final de festa!

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