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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

Fujam, vem aí congresso

Porque razão a política está confinada aos canais de cabo? O fim da eleição dos líderes partidários durante os congressos retirou interesse e audiência às reuniões magnas dos partidos, transformadas numa sucessão infinita de discursos repetidos.
01 de junho de 2018 às 16:58
António Costa, congresso, PS, primeiro-ministro, governo
António Costa, congresso, PS, primeiro-ministro, governo Foto: Cofina Media

Longe vão os tempos em que os congressos partidários chegavam às televisões para toda a família. A luta pela sucessão de Cavaco, no PSD, opôs Durão Barroso, Fernando Nogueira e Santana Lopes. Um confronto épico.

A memória do duelo, televisivamente encenado, entre Manuel Monteiro e Paulo Portas, no CDS, também perdura. O PS teve outro tipo de disputas emocionantes, como a guerra entre Jorge Sampaio e António Guterres, antecipadamente declarado em "estado de choque" com os resultados do seu antecessor.

Nessa altura, as emissões especiais sobre as reuniões magnas dos partidos de debate livre, digamos assim (PS, PSD e CDS) ocupavam os serões dos canais generalistas. Depois chegaram os canais de informação, e os congressos acantonaram-se no cabo, a princípio com esporádicas aparições nos generalistas, por fim nem isso. Hoje, não têm pingo de emoção.

Para reduzir a conflitualidade, que sempre teve má fama, os partidos retiraram do congresso a eleição do líder, que passou a ser escolhido pelo voto prévio dos militantes. E, assim, os congressos morreram. Hoje, só subsistem em transmissões paquidérmicas de alguns canais de notícias que se copiam uns aos outros, sem pinga de ideias próprias ou originais.

Este fim-de-semana, isso voltou a acontecer, com o congresso do PS. Os canais de informação que transmitem horas infindas de discursos, em espírito de manada, têm das piores audiências do ano. Ou a escolha do líder volta aos congressos, ou isto vai acabar mal, também para os partidos – porque, para as televisões que se imitam umas às outras, pior já é impossível.

AUDIÊNCIAS DE MAIO

Mais à boleia do futebol, com a Champions, a Taça de Portugal e a Selecção incluídas, do que devido à euforia da Eurovisão, a RTP1 terá em Maio o melhor mês do ano, e até pode voltar a subir, com o Mundial. TVI e SIC descem muito. O líder, a TVI, já não capta mais do que 20% do total do auditório.

AUDIÊNCIAS DE MAIO

CRISE NO SPORTING

A atenção do público funciona, cada vez mais, na lógica do mega-evento informativo. A crise no Sporting tem tudo para continuar a fazer manchetes e audiências: personagens de opereta, como Bruno de Carvalho, jamais desistirão da luta enquanto as paixões não se esgotarem, independentemente de danos e estragos causados à instituição centenária.

FIM DE 'SECRET STORY'

Chegou ao fim o 'reality show' de Manuel Luís Goucha, e o balanço nem é bom nem é mau, antes pelo contrário. O que foi bom: sempre que ficou livre de concorrência mais forte, arrasou. Assim foi, de novo, na final de domingo passado, em que, já sem a oposição do Got Talent, juntou quase um milhão e meio de espectadores. Também Goucha provou que funciona neste registo, e com acréscimo de valor. O que foi mau: nem a renovação temática, como o relacionamento homossexual, por exemplo, deu nova vida ao formato, que dificilmente voltará aos tempos áureos que já viveu entre nós.

FUTEBOL NO FEMININO

A final da Taça de Portugal teve espectáculo, vídeo-árbitro, polémicas q.b., e audiência. Na depauperada RTP1, o jogo Sporting-Sp. Braga registou, com prolongamento incluído, mais de meio milhão de espectadores, o que equivale a 15,1% de share. Quando o canal tem apenas 10% no dia, pode dizer-se que foi um sucesso. Até a realização foi melhor do que o padrão da I liga: parabéns ao Canal 1.

 

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