
As semanas vividas no Sporting entre 11 de novembro e o dia de Natal foram surrealistas. Um treinador sem qualificações é apresentado como próxima estrela global a ponto de estar destinado a um colosso europeu.
Com total inépcia comunicacional, e sem qualquer experiência a orientar equipas de futebol de primeira divisão, cedo se percebe que o "erro de casting" que ia na cabeça de João Pereira não era um lapso inconsciente, mas sim uma auto-avaliação intuitiva do seu potencial, um fantasma que, pelos vistos, estava no seu sub-consciente desde o momento zero.
Apenas 44 dias depois, é humilhado com um despedimento feito através das redes sociais, já depois da meia noite do dia de Natal, pela calada.
Aqui, três notas. Sobre Varandas: uma tão clamorosa falha compromete a avaliação do seu desempenho do cargo. Salvo o clube do perigo Bruno de Carvalho, talvez a sua missão histórica esteja esgotada.
Em segundo lugar, nota sobre o próprio João Pereira: a vida é cruel. Sai do clube humilhado, com a carreira em risco, e nada acontece a quem o colocou num lugar para o qual visivelmente não estava preparado.
Finalmente, o novo treinador, Rui Borges: representa mais um novo começo para o Sporting, e tem nas suas mãos o futuro do próprio presidente.