
O debate entre os candidatos à liderança do PSD não apaixonou ninguém. O desinteresse dos espectadores pela política é crescente, e a política faz jus a esse desinteresse dos cidadãos, a ponto de o aprofundar com golpadas de partidos, decisões pouco éticas em causa própria e picardias artificiais que desprezam o interesse nacional.
Mas, amigo leitor e amiga leitora, esta semana decidi, creio que por uma boa razão, partilhar algumas reflexões sobre o primeiro debate entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio, os dois candidatos à presidência do PSD. Passo a explicar: foi o debate político mais desequilibrado da história da televisão em Portugal. Um dos candidatos, Rui Rio, foi massacrado. Uma batalha com resultado tão desigual é uma ocasião única para avaliar o real impacto dos debates televisivos nas corridas eleitorais, impacto esse que sempre considerei artificialmente inflacionado. Ou seja: Rui Rio calou-se perante perguntas retóricas do opositor, não esclareceu quais as trapalhadas de que acusa o seu adversário, não teve argumentos, não mostrou sangue frio para contra-atacar em nenhuma ocasião, em suma, mostrou-se totalmente impreparado para a tensão do cargo a que concorre. Se, apesar de tudo isso, vier a ganhar, isso será um sintoma importante de que um debate na televisão não é tão decisivo assim, porque se limita, em geral, a reforçar a convicção dos que já tomaram uma decisão.
Amanhã veremos quem ganhou o lugar de oponente no próximo debate histórico, com António Costa, Primeiro-Ministro e líder do PS. Terá Rui Rio nova oportunidade?
A realização do dérbi
A realização do dérbi
Eurovisão no femininoA anunciada presença de quatro apresentadoras à frente da Eurovisão é uma boa notícia. Não por serem mulheres, mas por se tratar de profissionais de excelência, como Catarina Furtado. Já a opção por Filomena Cautela até pode fazer sentido, na estrita óptica desta RTP, mas é bastante discutível.
Fernando mendes estica a cordaDia 2 de Janeiro, Fernando Mendes esticou a corda, e tirou a roupa durante O Preço Certo. Numa altura em que é um homem totalmente só, dentro da RTP, terá, talvez, perdido a paciência, e deixou-se levar pelo calor do momento. Está lançado o caminho para a deriva total no Preço Certo: esticar a corda é dar argumentos aos que querem exterminar o programa, com a alegação encapotada de que não é serviço público.
RTP: ano novo horrívelO canal 1 tem um péssimo arranque de 2018. Até 7 de Janeiro, houve dois dias na casa dos 9% de share, muito abaixo dos limites mínimos admissíveis para uma televisão do Estado. A média mensal vai em 11,5% – há um ano, estava à beira dos 13%. Estamos apenas no início, mas a aposta em séries, totalmente divorciadas do público, está a sugar toda a energia e a depauperar os orçamentos. Terá fundo este poço?