
O ano começou com o Telejornal a ganhar à concorrência. Com alinhamentos mais escorreitos, o noticiário da RTP1 beneficiou de uma conjuntura de grelha favorável. A vantagem, histórica, revelou-se circunstancial, pois não resistiu ao reforço da TVI, às 7 da tarde. Quando o "gordo" fraquejou, o Telejornal caiu. Mas isso não tira mérito à informação da RTP, única área da empresa que dá cartas. 2017 teve duas notícias principais: os mais de 100 mortos nos fogos, e a acusação, inédita, a um antigo Primeiro-Ministro.
A RTP foi quem melhor aliou eficácia e independência. Deixou a SIC para trás, tecnologicamente antiquada e sem qualquer agilidade, e superiorizou-se, também, à TVI, mostrando independência que a estação de Queluz não pode ostentar, porque está capturada por interesses anti-jornalísticos. Nos fogos, a RTP foi a generalista que chegou primeiro a mais sítios. Mostrou, porém, o mesmo desprezo que SIC e TVI pela informação no cabo. As estações agem como se estivessem para fechar os canais de notícias, sujeitando-os a um apagão vergonhoso em situações de alerta nacional. A falha nos incêndios repetiu-se na tempestade do fim de semana passado.
Mais uma vez, só a CMTV informou em permanência. Já o caso Sócrates reforçou a percepção de independência da RTP, em contraponto, sobretudo, com a TVI. Nesta matéria, destacou-se um entrevistador que amadurece: Vítor Gonçalves. Por fim, boa nota para Pedro Coelho, Ana Leal e o Sexta às 9: jornalismo de qualidade nos três canais generalistas, Para a semana, o melhor e o pior da televisão portuguesa, em 2017.