
O ano de 2018 será um ano de decisões. A venda da TVI terá de se resolver, para um lado, ou para o outro. Entretanto, a estação de Queluz de Baixo vai continuar a ganhar, mas com muitas áreas cinzentas de decisão, à espera de saber se haverá novos patrões.
Já a SIC voltará a viver um ano turbulento. A anunciada mudança de instalações vai juntar-se às dificuldades financeiras do grupo proprietário, dificuldades essas que se vão manter depois de as revistas serem entregues ao novo dono. O mais provável é a SIC continuar abaixo da TVI, com uma estrutura debilitada, com poucas ideias e sem capacidade de investimento.
Diferente será o ano da RTP, cheio de optimismo e festa. O Festival da Eurovisão será um dos grandes acontecimentos do ano. Logo a seguir, o Mundial de futebol vai mobilizar o país, e a RTP beneficiará dos direitos exclusivos. Em suma: a RTP, sendo a televisão com menos resultados e com maior dificuldade de posicionamento relativamente àquilo que representa para o país, é quem vive uma fase mais afirmativa.
E, claro, com todos estes eventos, nenhum poder político teria coragem para proporcionar uma mudança da administração, pelo que a equipa que tem dirigido a televisão do Estado tem o lugar garantido. Nessa altura, talvez a administração de Artur Silva tenha coragem para fazer o que anda a tentar há muito tempo: acabar com o fenómeno do 'Preço Certo'.
Em 2018, com os mesmos problemas de sempre, com grelhas de continuidade em relação ao passado, e com as estrelas habituais, os espectadores continuarão a fugir das generalistas, rumo ao cabo.