
Da mesma forma que a emissão de domingo do programa 'Vale Tudo' era digna de rasgados elogios, é preciso dizer que o formato não funciona às 7 da tarde. Ao domingo, a diversão despreocupada funcionou, e desempenhou até um papel relevante na vitória da SIC aos fins de semana. Porém, a inexistência de uma lógica narrativa reduz a capacidade de retenção dos espectadores. Ninguém vai ver o 'Vale Tudo' para ver fulano ou beltrano, para saber o que fizeram ao longo da semana. Essa lógica de criar uma narrativa é fundamental no melhor entretenimento – abre o apetite para seguir a trama, seguir e acompanhar as personagens, com quem nos identificamos, nalguns casos, ou que odiamos, em outros. Num concurso isso não acontece. Nasce, cresce, e morre no próprio dia. Há formas de resolver essa falha. A solução mais eficaz é, por exemplo, a de 'O Preço Certo': Fernando Mendes, o apresentador, é a própria história. Até tem um cognome: o "gordo", que se mantém mesmo depois de ele perder peso. João Manzarra não é homem para isso. A sua personagem televisiva é mediana, não gera nenhuma espécie de empatia particular com o espectador. E, assim, a SIC continua com o problema que aqui foi diagnosticado quando a TVI pensava que ia ganhar fevereiro: a TVI perdeu, mas a SIC estava a arriscar demasiado às 7 da tarde. A solução 'Vale Tudo' não resolve o problema que a SIC tem no horário, o qual só não é mais grave porque a informação da TVI não aguenta o ritmo do acesso que tem todos os dias com o concurso de Pedro Teixeira, e acaba por perder.
Essa lógica de criar uma narrativa é fundamental no melhor entretenimento – abre o apetite para seguir a trama, seguir e acompanhar as personagens, com quem nos identificamos, nalguns casos, ou que odiamos, em outros. Num concurso isso não acontece. Nasce, cresce, e morre no próprio dia. Há formas de resolver essa falha.
A solução mais eficaz é, por exemplo, a de 'O Preço Certo': Fernando Mendes, o apresentador, é a própria história. Até tem um cognome: o "gordo", que se mantém mesmo depois de ele perder peso. João Manzarra não é homem para isso. A sua personagem televisiva é mediana, não gera nenhuma espécie de empatia particular com o espectador. E, assim, a SIC continua com o problema que aqui foi diagnosticado quando a TVI pensava que ia ganhar fevereiro: a TVI perdeu, mas a SIC estava a arriscar demasiado às 7 da tarde.
INFORMAÇÃO - ELOGIO À CNN
O conjunto de documentários internacionais que o canal CNN emite em Portugal justifica que abra uma exceção à regra, que o leitor conhece, de não analisar o cabo. A qualidade dos documentários internacionais, bem como a panóplia variada de temas (não se trata apenas a guerra na Ucrânia), e que são emitidos, por vezes, em horário nobre, enriquece o panorama audiovisual português. Um caminho que deve ser incentivado.
PROGRAMAÇÃO - 'BIG BROTHER'
Não há que duvidar: a TVI precisa urgentemente de trazer de volta o reality show, de forma a poder sonhar com a liderança algures neste ano de 2023. Com a atual grelha, o buraco que se abre ao fim de semana não tem salvação possível. Depois, o sucesso dependerá de fatores subjetivos, como a apresentação ou a escolha dos candidatos. Mas sem 'BB' a TVI não vai lá.
SOBE - RODRIGO GUEDES DE CARVALHO
Em tempo de guerra, os principais generais darem a cara mostra que o exército está bem oleado. O jornal de domingo é decisivo para a SIC. Rodrigo disse "presente".
SOBE - JOSÉ FRAGOSO
O essencial das audiências aconteceu, como aqui previmos: SIC cresceu e ganhou, TVI perdeu e desceu. Falta o elogio à RTP1. O canal cresceu 5 décimas, e marcou o melhor mês do ano.
SOBE - RICARDO COSTA
A SIC Notícias superiorizou-se à CNN no domingo. Um feito raro, que mostra que a estação, com um pouco de trabalho, pode voltar a crescer.