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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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'Cacau': os ‘olhos’ também dão audiências

Inevitavelmente, 'Cacau' mexe com o universo do sonho misturado com memórias, fantasia e realidade dos portugueses. Na produção – que não mediu custos – está lá tudo: os cenários de mar e de palmeiras, a vida livre de "pé descalço na areia", a música brasileira...
19 de janeiro de 2024 às 07:00
Cacau, TVI
Cacau, TVI Foto: TVI

Vamos recuar uns anos na história da ficção na televisão portuguesa. Em 2002, a TVI estreava uma série longa intitulada 'Jóia de África'. A história tinha como pano de fundo Moçambique e os cenários deslumbrantes aliados a uma intriga que (também) remetia a um passado que deixou marcas em Portugal, tornaram o produto campeão de audiências à época.

Quem assistiu à estreia, na passada segunda-feira, de 'Cacau', na TVI, com a Bahia em pano de fundo para a intriga, não pode deixar de recuperar as imagens da África "cor de whisky", como lhe chamava Lídia Jorge, na 'Costa dos Murmúrios'.

Inevitavelmente, 'Cacau' mexe com o universo do sonho misturado com memórias, fantasia e realidade dos portugueses. Na produção – que não mediu custos – está lá tudo: os cenários de mar e de palmeiras, a vida livre de "pé descalço na areia", a música brasileira... Tudo tratado com uma fotografia que denota uma evolução incrível, onde a cor "Instagram" – a mesma que fez o sucesso de 'Nazaré' na concorrente SIC, há cinco anos – mas devidamente trabalhada com sombras e requintes de realização, é reveladora do empenho que foi colocado nesta produção. Se quisermos fazer uma comparação "na modernidade", 'Cacau' é uma espécie de 'Pantanal' (Globo) da ficção portuguesa, onde os olhos também comem, que é o mesmo que dizer, chegam para prender o espectador ao ecrã.

É uma novela brilhante? Não é. É uma novela bonita, muito cuidada, à qual era impossível dar mais em termos técnicos de imagem e de investimento em cenários e profissionais de luxo. No primeiro episódio, Alexandra Lencastre foi rainha do elenco, recuperando o estatuto de diva em fogo de artifício. Matilde Reymão dá nas vistas apesar daquela pronúncia que não faz sentido, da personagem começar o episódio a falar português do Brasil (o lógico porque nasceu lá) e acabar a falar com sotaque de Portugal. Enfim... Não é a única incoerência na história e é claro que, numa produção desta envergadura e com este investimento, todos os pormenores têm de estar perfeitos – incluindo guião e edição. Aguardamos os próximos episódios, as arestas limadas e perceber se o público se apaixonou mesmo.

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