
1. O mundo pula e avança, como escreveu António Gedeão no poema ‘Pedra Filosofal’, imortalizado pela voz extraordinária de Manuel Freire, e a televisão não foge à regra. A SIC está a perder gás nas audiências – ainda no último dia de janeiro ficou em 2.º –, e a TVI a acreditar que pode chegar à liderança – a contratação de José Eduardo Moniz para diretor-geral pode acelerar o processo. Mas o grande fenómeno é ‘O Preço Certo’, perdão, Fernando Mendes.
Na última segunda-feira, o programa da RTP1 foi o mais visto, com 1 milhão e 100 mil espectadores. Limpou a concorrência, desde os noticiários, com rescaldo das Legislativas, às novelas, passando pelo ‘Big Brother Famosos’. O formato é aquilo que sabemos e conhecemos, básico, e é a simplicidade, a genuinidade e a simpatia do ator que fazem (mesmo) a diferença. Ele é extraordinário. O povo adora-o. A estação pública, se ainda hoje está viva, muito lhe deve. É hora de fazer uma estátua ao "Gordo". Não, não estou a brincar.
2. A imagem de José Eduardo Moniz e Cristina Ferreira à mesa de um restaurante, em clima de uma certa cumplicidade, seria impensável há uns meses. Na segunda-feira, com a bênção do patrão, Mário Ferreira, ficou claro que uma nova era vai iniciar-se na TVI. Mesmo que a nomeação de Moniz ainda não seja oficial, aos olhos de todos ele já está no comando. Aos olhos de Cristina também.
3. A ‘TV Guia’ faz 43 anos e aproveito para partilhar um segredo. Há dias, recebi este e-mail do Corrêa dos Santos, o decano da fotografia em Portugal e nosso eterno repórter – está connosco desde o primeiro número. "Bom dia e bom fim de semana. Apanhei o José Pedro Vasconcelos a fazer entrevistas no Chiado. É para um programa da RTP1, que irá em breve para o ar. Se interessarem as fotos, sirvam-se. São de borla. Abraços jornalísticos." O Corrêa, caro leitor, tem 87 anos! Viu o aparato na rua e foi a casa, a correr, buscar a máquina. Feliz, registou o momento.
Além de um apurado sentido de humor, tem a notícia na pele. Mas, mais importante, tem amor pelo que faz. Sim, o que éramos nós sem amor, esse sentimento que marca as nossas vidas, pessoais e profissionais? Obrigado, Corrêa. E obrigado, caro leitor, a nossa verdadeira razão de existir.