
Foi com grande repugnância e indignação que reagi ao ataque levado a cabo pelo Hamas contra israelitas, matando, violando, esventrando, raptando gente, jovens e idosos, numa carnificina que não se explica pela motivação política, mas tão só pelo ódio. Declaro, desde já, que sinto repulsa pelos seus métodos há muitos anos. Pelo uso sistemático de crianças como escudos humanos, pela produção de mães, tal como ouvi uma delas, que oferecem os seus filhos com alegria para mártires, seja lá isto o que for. Detesto neles o desrespeito pelos direitos das mulheres, dos homossexuais, pelas práticas de apedrejamento, de tortura a quem não pensar e agir como eles. Não suporto a censura, a manipulação de imagens, o exibicionismo do sofrimento, a cobardia do esconderijo entre civis, a rede de tuneis que esconde guerrilheiros e comandantes cobardes.
Dito isto, urge dizer que não confundo a matilha com os palestinianos que vivem sob a ditadura do medo, do histerismo, da ignomínia que este bando de bandidos impôs em Gaza.
Já vi demasiadas guerras naquela região. Sabia, ainda durante o choque do ataque, que a resposta de Israel iria ser brutal. Como foi sempre. Sobretudo agora, quando o país é dirigido pela extrema direita mais reacionária e intolerante, liderada por um primeiro-ministro sem escrúpulos que joga o seu destino ali, na morte dos outros porque, do outro lado, é a prisão que está a sua espera, devido aos muitos crimes que cometeu, abusando do seu lugar de primeiro-ministro.
Pesou na minha tolerância o facto de estar a apoiar um Estado, o único Estado democrático e assisti com crescente incómodo à violência destruidora de Israel. Tornou Gaza num imenso cemitério cercado de destroços, a brutalidade instalou-se como método militar e ao ódio do Hamas respondeu com ódio, o sentimento mais ímpio entre os adoradores da Democracia. Os reféns foram secundarizados, a fome de destruição alimenta Netanyahu. Destruição material e humana de multidões de inocentes.
Chegou o tempo da exigência do tempo da Paz seja acompanhado do reclamo pela demissão deste primeiro ministro que envergonha a memória de Israel e dos fundamentos do Direitos Humanos.
A Paz não se consegue com gente que vive do ódio. Chega de Dor!