'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

Há mar e mar

Basta o calor chegar com força e o desejo de temperaturas mais amenas leva às praias milhares de veraneantes. Alguns mais distraídos, outros mais imprudentes tratam as águas com negligência, não sabendo das armadilhas e traições que nelas se escondem.
26 de agosto de 2018 às 15:02

Repetem-se as notícias. Não se passa um único verão em que as páginas dos jornais não sejam salpicadas por lágrimas de sofrimento. Os dias que se queriam de alegria transformados em dias de luto. As notícias são quase diárias. Mortes por afogamento. Salvamentos de risco. Gente que desaparece levada pelas águas. Basta o calor chegar com força e o desejo de temperaturas mais amenas leva às praias milhares de veraneantes. Alguns mais distraídos, outros mais imprudentes tratam as águas com negligência, não sabendo das armadilhas e traições que nelas se escondem. O prazer transforma-se em risco e, muitas vezes, em morte.

É certo que o espírito de aventura leva a procurar praias, fluviais ou marítimas, sem vigilância, sem conhecimento das correntes. A necessidade de descoberta é uma fome. Sobretudo dos mais jovens. Viver diferente, saborear a praia de forma mais individualizada ou mais intimista. Depois, férias sem romper o desconhecido são rotina e, muitas vezes, para lá dos limites que controlamos, estão alçapões negros que traem o mais irrequieto dos espíritos. É um paradoxo interessante. Desejamos as férias, e as praias, para nos libertarmos das grilhetas do quotidiano e, em vez de aquietar os espíritos, conduz-nos aos limites do abismo. 

É o caso das mortes por afogamento. Não fazem sentido. A vida é um bem absoluto. Pô-la em risco não é direito que alguém possua. É por isto mesmo, caro leitor e leitora, que lhe peço que siga o meu conselho. Não tome banho em praias não vigiadas. Não provoque águas que não conhece. Não se esqueça de que os primeiros vigilantes da sua vida no mar, são o grupo de amigos ou de familiares que estão na sua companhia. Avisem sempre quando vai dar um mergulho. Trate o mar, ou o rio, como um companheiro que se respeita. Não se afaste para águas profundas, nem se afaste daqueles que o acompanham. Não seja notícia de jornal por causa da sua tragédia. As férias, as praias têm tanto prazer para lhe oferecer que é um desperdício destruí-lo por causa de um acto irreflectido. Pois, como diz  o célebre slogan 'Há mar e mar. Há ir e voltar'

 

 

Leia também
Leia também
Leia também
Leia também
Leia também

você vai gostar de...

Mais notícias de Piquete de Polícia

Agressão com amor

Agressão com amor

Juraram e viveram promessas de amor, fizeram de filhos, construíram vidas e, mais cedo ou mais tarde, começa a agressão.
O inferno

O inferno

Os governos, os sucessivos governos, seja qual for a cor da sua bandeira, passam pelos fogos como cão por vinha vindimada.
Afogamentos

Afogamentos

A esmagadora maioria dos óbitos, ocorridos no mar e em rios, acontece em locais sem controlo de vigilância e sem ajuda.
Absolvição

Absolvição

A tese que defendia que ele [Fernando Valente] assassinara Mónica Silva morreu na sala de julgamento.
A Operação Marquês

A Operação Marquês

Tenho ficado perturbado com os comícios que Sócrates gerou à porta do tribunal.
O ataque nuclear

O ataque nuclear

A ameaça nuclear tem como finalidade, mais do que o eventual uso da bomba, o medo.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável