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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

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MADDIE: DEZ ANOS DEPOIS

Uma investigação que começou torta. Que hoje vive de estrebuchos e vagas declarações sobre verdadeiros delírios que nada têm a ver com investigação criminal e, apenas, se situam no território da fé.
07 de maio de 2017 às 08:00

Fez dez anos que, na praia da Luz, Maddie, a inditosa criança inglesa, desapareceu para nunca mais voltar a ser vista. Um desaparecimento que, pelas repercussões mundiais, se tornou numa das histórias mais polémicas e apaixonantes que move multidões e vive omnipresente nas redacções da comunicação social.

Uma investigação que começou torta. Que hoje vive de estrebuchos e vagas declarações sobre verdadeiros delírios que nada têm a ver com investigação criminal e, apenas, se situam no território da fé. E de uma abundante e intensa campanha desenvolvida a partir de Inglaterra para branquear os comportamentos dos pais, dos amigos dos pais que, naquela noite, deixaram crianças sozinhas, bem longe do local onde se encontravam para confraternizarem.

As primeiras horas do desaparecimento ditaram o falhanço, quase irreversível, do caminho para a descoberta do destino desta menina. O atraso da comunicação as autoridades, a necessidade de chamar em primeiro lugar televisões, a intrincada teia de interesses que levou a política a intrometer-se na investigação, atordoou investigadores experimentados, habituados a descobrir crimes mais difíceis e que, aqui, ficaram submetidos à tese que lhes era imposta. O menina fora raptada.

Quem sabe investigação criminal tem como ponto de partida sagrado, este pressuposto: Enquanto não houver pistas sólidas, todas as hipóteses têm de ficar em aberto. E desconfiar do anormal. Foi anormal a chegada de assessores, de detectives privados, de polícias reformados, de polícias ingleses no activo que, nas primeiras horas, acolitados por televisões de todo o mundo quiseram demonstrar que não havia outra possibilidade que não fosse o rapto. E havia. Sobretudo sinais contraditórios e tão inverosímeis que obrigavam desde logo a desconfiar do motivo de tal certeza tão absoluta quando não existiam certezas sobre nada. Foi mau. Muito mau mesmo. A tese delirante do raptor estúpido que entrava por uma porta e saía por uma janela, pela qual era impossível passar um adulto com uma criança, os depoimentos contraditórios e falsos da maioria do grupo de ingleses, a recusa dos pais em colaborar com a polícia são ingredientes de uma novela rasca. Infelizmente Maddie não apereceu. Nem viva, nem morta.

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