
O pai da pequena Maria confessou, em direto, na CMTV, que a constatação irrefutável de que a filha sofria de leucemia mielomonocítica, "funcionou como uma pancada", um tremendo amargo de boca que alterou por completo a vida de toda a família.
Este drama, tal como todos os outros que teimam em ceifar a vida e a candura de uma criança, perturbam-me, amassam-me, fazendo recrudescer o espírito paternal e, ao mesmo tempo, o amor que tenho pela minha filha. Encaro o nascimento da Alice, o meu primeiro rebento, tal como o de Miguel Rosa e a mulher Rita Mota, como uma espécie de epifania.
O mundo de hoje, povoado pela sua inocência e gestos tenros, é bem diferente do que julgava conhecer como a palma da mão e apoucam a sensação de felicidade plena que tantas vezes me alimentou no passado.
Para além de exaltar a onda de solidariedade criada por milhares de pessoas, no sentido de se encontrar um dador de medula compatível, que possa salvar a vida a esta menina de 13 meses, quero, através desta crónica, desconstruir o juízo de valor, muitas vezes errado, que se faz, ou tem, sobre as figuras públicas.
As mensagens e os apelos massivos lançados sobre as mais diversas formas por Tony Carreira, Sofia Ribeiro, Inês Castel-Branco, Bruno Nogueira, Joana Cruz, Eduardo Madeira, entre outros famosos, demonstram de forma genuína uma inquietude que descarta totalmente o rótulo de frivolidade que amiudadas vezes são obrigados a enfrentar.
A entrevista intimista, em primeira-mão, de Maya e Duarte Siopa aos pais da pequena guerreira, no programa Manhã CM, serviu de mote para uma causa que já ultrapassou fronteiras e só vem reforçar a minha linha de pensamento. Afinal, os holofotes da fama também se apagam quando valores maiores de agigantam. A pequena Maria vai vencer a doença. Por ela, pelos pais e por todos nós.