Império de Elon Musk em risco por culpa do consumo de drogas? "Se queres lucrar com ele, tens de aguentar"
O homem mais rico do mundo foi acusado por responsáveis das suas empresas de colocar empregos em risco. Musk, todavia, já negou todas estas alegações e providenciou argumentos.Elon Musk é uma das figuras incontornáveis da contemporaneidade: dotado de um império cada vez mais crescente, o CEO da Tesla e da SpaceX, de 52 anos, tornou-se numa personalidade polarizante, dividindo a sociedade entre aqueles que idolatram a sua argúcia empresarial e aqueles que desprezam os vários traços mais controversos do seu caráter ou até das suas origens – é acusado de ser descendente de uma família beneficiada pelo apartheid na África do Sul, país que abandonou aos 17 anos.
Ao longo do tempo, esta tendência tem-se agudizado, com Musk a assinar decisões e afirmações mais controversas, enquanto continua a ser proprietário de uma vasta fortuna: o magnata de 52 anos é mesmo, de acordo com a Forbes, atualmente a pessoa mais rica do mundo, com um património de 230,2 mil milhões de dólares, aproximadamente 210,8 mil milhões de euros.
Recentemente, o agora ‘chairman’ da rede social X, resultado de uma contestada transformação do bem-sucedido Twitter, voltou a ver-se envolvido numa polémica, potenciada por um alegado consumo excessivo de drogas que começou a inquietar os responsáveis das suas empresas, segundo um bombástico artigo do ‘Wall Street Journal’.
EMPREGOS EM RISCO
Um dos momentos mais insólitos protagonizados por Elon Musk esteve precisamente relacionado com drogas: ocorreu em 2018, ao fumar um charro durante uma entrevista ao podcast ‘Joe Rogan Experience’.
De acordo com o artigo do ‘Wall Street Journal’, todavia, esta não foi uma ocasião isolada: fontes próximas do multimilionário alegam que este consome cetamina com regularidade – algo que o próprio já chegou a confirmar, declarando, no entanto, que a tem receitada enquanto antidepressivo.
Mais sérias são as acusações de que Musk consome vários tipos de drogas, desde LSD, cocaína, ecstasy, até cogumelos, em festas privadas, e inclusive que Linda Johnson Rice, ex-diretora da Tesla, abandonou a empresa fruto de preocupações com o seu consumo de drogas.
O relatório sugere ainda que esta conduta do empresário poderia colocar 13 mil empregos em risco, tal como de 900 mil milhões de euros em ativos e até o próprio programa espacial norte-americano, do qual a SpaceX é uma importante peça, até pela sua colaboração com a NASA.
ACUSAÇÕES REFUTADAS
Elon Musk, por sua vez, nega todas as imputações de que está a ser alvo e criticou o artigo do ‘Wall Street Journal’, descrevendo-o como "inapto para forrar uma gaiola de papagaio para merda de pássaro", enquanto a publicação frisou ao ‘Business Insider’ que mantém a confiança na sua reportagem.
O magnata, que é pai de 11 filhos com a ex-mulher Justine Wilson, a ex-namorada Grimes e a executiva Shiron Zills, reforçou o seu argumento: "Depois daquele bafo com o Rogan, eu concordei, a pedido da NASA, fazer três anos de testes de drogas aleatórios. Nem sequer quantidades mínimas foram detetadas de quaisquer drogas ou álcool", escreveu, numa partilha feita através da sua rede social, X. Ao seu biógrafo Walter Isaacson já havia declarado que não gosta de consumir drogas ilegais.
Anteriormente, Elon Musk já havia falado do efeito causado pelo episódio no podcast de Joe Rogan, dada a existência de uma lei que proíbe o consumo e distribuição de drogas a todos os trabalhadores de empresas que receberam um contrato federal de uma quantia igual ou superior a 100 mil euros, não obstante a marijuana ser legal na Califórnia, estado onde decorreu a entrevista.
"As consequências para mim e para a SpaceX não foram muito boas. Eles testavam-me para todas as drogas e de forma aleatória. Tive um ano inteiro destes testes. Infelizmente, não fui só eu, mas toda a empresa, toda a SpaceX teve de se submeter a testes de drogas", sublinhou, num outro podcast, desta feita o ‘Full Send’, de Kyle Forgeard.
"Nem sei fumar um charro, obviamente. Olha para mim, não tenho quaisquer capacidades de fumar charros", defendeu-se.
CONSEQUÊNCIAS NULAS
As especulações acerca do consumo de drogas de Elon Musk não tiveram consequências consideráveis para os investidores da Tesla. O motivo é simples: o mercado já se terá habituado à postura atípica do multimilionário.
"Não são os títulos que os investidores querem ver, mas os investidores da Tesla estão imunes às notícias negativas sobre o Musk a este ponto", disse o analista Dan Ives ao ‘Irish Times’, que relata que as ações da Tesla até subiram ligeiramente após a publicação do artigo, tendo depois decaído marginalmente.
Este desfecho coincidiu com a previsão de Gene Munster, em declarações à ‘Australian Financial Review’: "A maioria deles não vai querer saber, porque cai na categoria de que, se queres lucrar com o Elon, tens de aguentar com as suas controvérsias."