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Novo caso Johnny Depp a caminho? Acusadora de Marilyn Manson retira queixa e diz ter sido manipulada, mas contradições põem tudo em causa
Nas redes sociais já estão a ser gizados movimentos em prol do cantor após Ashley Smithline ter apontado o dedo a Evan Rachel Wood. Ameaças, incoerências, guerra cultural… todos os ingredientes já estão prontos para mais uma "batalha" com alegações de violência doméstica como ponto de partida e cujas consequências poderão assumir contornos nefastos.Nos últimos anos, têm sido várias as acusações de crimes de índole sexual ao ícone da música Marilyn Manson, ‘nom de plume’ de Brian Warner. Desde violação até agressão, assédio ou até tortura, foram várias as denúncias que tiveram o excêntrico cantor como alvo.
Todavia, o caso acabou de sofrer uma reviravolta, com o recuar de uma das mulheres que havia alegado ter sido sexualmente agredida pelo artista de 54 anos, que diz ter sido coagida para o fazer por Evan Rachel Wood e Esmé Bianco, duas ex-namoradas de Manson, que atualmente vive uma relação com a fotógrafa Lindsay Usich.
No entanto, nem tudo pode ser o que parece e com as redes sociais já em rebuliço, estão reunidos os ingredientes para uma repetição da polémica disputa entre Johnny Depp e Amber Heard, até porque Marilyn Manson está a utilizar a mesma estratégia do ator, alegando difamação contra si.
AS PRIMEIRAS ACUSAÇÕES
A primeira denúncia pública em relação a supostos crimes de Marilyn Manson surgiu em 2021 por parte da atriz Evan Rachel Wood, que namorou com o cantor entre 2007 e 2010. Num comunicado feito através do Instagram, a estrela da série ‘Westworld’ afirmou que Manson a "abusou durante anos", desde que era adolescente, e adiantou relatos verdadeiramente chocantes.
"Fui alvo de uma lavagem cerebral e manipulada até à submissão. Não quero mais viver com medo de retaliação, insultos ou chantagens. Estou aqui para expor este homem perigoso e apontar o dedo às muitas indústrias que permitiram que ele o fizesse, antes que ele arruíne mais vidas", continuou a atriz que acrescentou ainda: "A minha experiência foi esta: abuso mental, físico e sexual tóxico que começou lentamente mas escalou com o tempo, incluindo ameaças à minha vida (…) e acordar com o homem que dizia amar-me a violar o que ele acreditava ser o meu corpo inconsciente".
À altura, Manson declarou que estas acusações se tratavam de "uma enorme distorção da realidade" e negou-as veementemente, tendo, ainda assim, sido dispensado pela sua editora discográfica, tal como cortado de uma série televisiva em que ia participar.
AS VOZES QUE SE JUNTARAM
Rapidamente, a acusação de Evan Rachel Wood teve eco em várias outras antigas parceiras da voz de ‘The Beautiful People’ que se chegaram à frente, com denúncias semelhantes. Ashley Walters referiu que Manson "frequentemente se tornava numa pessoa violenta", Sarah McNeilly diz ter sido ameaçada física e verbalmente, Gabriella afirmou que o cantor a atava e violava repetidamente e que a obrigava a consumir drogas, enquanto Ashley Lindsay Morgan mencionou mesmo que Manson não a deixava comer, dormir ou sair de sua casa.
Ao mesmo tempo, Dan Cleary, um técnico de instrumentos que esteve em digressões com Marilyn Manson, sublinhava as denúncias de Evan Rachel Wood, dizendo que, enquanto trabalhava com ele, viu-o a humilhar e ameaçar a atriz, dizendo que ele "fazê-la chorar e temê-lo fazia com que sentisse bem".
Nos meses que se seguiram, Esmé Bianco, atriz de 'A Guerra dos Tronos', e Ashley Smithline juntaram-se às alegações acima mencionadas com processos civis contra Marilyn Manson, cujos representantes legais afirmaram que o seu cliente estava a ser vítima de um complô por parte destas mulheres, que intencionalmente colaboraram para "transformar amizades consensuais e relações (…) em contos manipulados que nada coincidiam com a realidade".
Desde então, vários dos processos contra o cantor já não estão em andamento. Esmé Bianco acertou um acordo com Manson para "seguir em frente com a sua vida", o caso de Ashley Smithline foi encerrado quando o advogado desta, Jay Ellwanger, saiu e a modelo não encontrou nova representação legal, e, por fim, o de Ashley Walters caiu pelos factos relatados já terem prescrito.
Por outro lado, Rose McGowen e Dita Von Teese, ambas ex-namoradas de Manson, não corroboraram a personalidade abusiva atribuída ao cantor, dizendo que a experiência relatada por aquelas mulheres não coincidia com as suas. Não obstante, McGowen assinalava que tal não refutava que as alegações pudessem corresponder à verdade.
DIFAMAÇÃO E REVIRAVOLTA
Assim, Marilyn Manson decidiu processar Evan Rachel Wood e a sua namorada Ashley Gore por difamação e outros crimes, entre os quais a falsificação de documentos federais. De acordo com o ‘Los Angeles Times’, o advogado do cantor, Howard King, referiu que o casal "secretamente recrutou, coordenou e pressionou potenciais acusadoras para emergirem de forma simultânea com alegações de violação e abuso".
Ademais, apontou o dedo à atriz: "Com a ajuda da [Ashley] Gore, a Wood passou de ser alguém que ainda é mais conhecida por ter namorado com o Marilyn Manson há uma década a uma extrovertida defensora das vítimas de violência doméstica, absolvendo a sua reputação por ter um passado selvagem e o embaraço de ter estado numa relação com o Marilyn Manson".
A verdade é que agora tudo mudou. Ashley Smithline, que avançou com um processo contra Manson em junho de 2021, veio a público, durante a passada semana, recuar nas suas acusações e afirmou ter sido manipulada por Evan Rachel Wood e Ashley Gore, através de um comunicado.
"Em novembro de 2010, tive uma breve e consensual relação sexual com Brian Warner, também conhecido como Marilyn Manson (…). Dez anos depois, sucumbi à pressão da Evan Rachel Wood e suas associadas para fazer acusações de violação e agressão contra o Sr. Warner que não eram verdade. Em 2020, fui contactada por Ashley Walters ou Ilma [Ashley] Gore para participar numa reunião de mulheres que tinham tido relações ou experiências com o Sr. Warner. (…) Olhando para trás, sinto que fui manipulada pela Sra. Wood, Sra. Gore, Sra. Bianco e Sr. Ellwanger [antigo advogado de Smithline] para espalhar publicamente acusações falsas", pode ler-se.
MARCHA-ATRÁS RECUSADA
O documento citado levou a que uma onda de apoiantes de Marilyn Manson se erguesse através das plataformas digitais, equivalendo a postura de Evan Rachel Wood à de Amber Heard, no caso de Johnny Depp. Inversamente, ativistas nas redes sociais mostraram-se preocupadas que este repentino volte-face levasse a que mais vítimas de violência e abuso sexual fossem descredibilizadas.
Previsivelmente, Howard King congratulou-se por este novo desenvolvimento, dizendo: "Não surpreende que a Evan Rachel Wood esteja desesperadamente a tentar manter o testemunho da Ashley Smithline fora dos tribunais. Ela sabe que a verdade irá expor a sua intenção de manipular as mulheres que confiaram nela para destruir o Brian Warner", referiu à ‘Rolling Stone’.
Porém, Evan Rachel Wood e os seus representantes legais apressaram-se a apontar incoerências nas novas declarações de Ashley Smithline. Num documento, citado pela mesma publicação, a atriz de 35 anos rebateu a hipótese de ter manipulado Smithline e apresentou provas que, a seu ver, apoiam a sua tese.
Entre elas, um comentário deixado por Smithline no Instagram de Evan Rachel Wood em 2019, isto é, no ano antes da primeira denúncia pública, que referenciavam diretamente as alegações cujo alvo ainda era desconhecido: "Quando ele me prendeu naquele estúpido estúdio de balé, eu estremeci a ouvi-lo gabar-se de te ter repetido aquela cena de ‘As Regras da Atração’", escreveu.
Em adição a isto, estão várias mensagens enviadas por Smithline à intérprete, na qual se queixava de estar a ser perseguida por fãs de Marilyn Manson, tal como duas mensagens de voz remetidas por esta a uma amiga, na qual alega que Howard King a tinha chamado para uma conversa a dois: "A única razão pela qual me está a ligar é que ele pensa que sou o elo mais fraco e pode tentar que eu me vire contra as outras raparigas", terá dito.
Talvez por este motivo, a juíza Teresa A. Beaudet, do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, onde o processo está a ser abordado, tenha considerado inadmissível a declaração de Smithline, contrariando as intenções dos advogados de Marilyn Manson no processo de difamação.
Com tudo isto em cima da mesa, adivinha-se um processo árduo e complexo, com consequências variadas, algumas das quais que poderão colocar em causa futuras vozes que se ergam para denunciar crimes desta natureza, num pós-'#MeToo', marcado pelo contra-ataque das estrelas sob as quais recaem estes processos.
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