Tal como as pessoas comuns, os membros da família real também têm os seus destinos de férias prediletos. A necessidade de segurança e de ter uma estreita ligação aos locais leva a que estes se mantenham constantes e adornados pela existência de uma residência para esse propósito.
Estes palácios ficam nas famílias reais durante décadas e atravessam gerações, tornando-se símbolos das vidas luxuosas e privilegiadas de quem nasceu em berço de ouro, com as passagens dos reis e príncipes a criarem alarido.
Desde o antiquíssimo Castelo de Balmoral, que ficará sempre ligado à rainha Isabel II, ao palácio de Marivent, que divide as rainhas Sofia e Letizia, conheça os paradeiros de repouso da realeza no verão.
CASTELO DE BALMORAL (REIS DO REINO UNIDO)
Situado em Aberdeenshire, na Escócia, o castelo de Balmoral era um local sagrado para a rainha Isabel II, que a utilizava como casa de férias, sendo inclusive o local em que acabou por morrer em setembro passado. No entanto, não foi a antecessora de Carlos III a primeira monarca a ali residir.
O príncipe Alberto, marido da rainha Vitória, comprou a propriedade em 1852 à família Farquharson. Como inicialmente era demasiado pequena para a família, o casal demoliu-a e trocou-a por um castelo. Desde então, tem sido ampliada pelos sucessivos membros da família real.
Vitória morreu em 1901, mas a tradição perdurou. Foi lá que Isabel II e o príncipe Philip passaram a sua lua-de-mel, em 1947, e foi lá que a relação entre Carlos III e a princesa Diana se intensificou depois de um fim de semana a dois, em 1980.
Quando o rei Carlos III ascendeu ao trono, considerou transformar Balmoral num memorial para a falecida rainha, com exposições permanentes sobre as sete décadas em que regeu o Reino Unido.
PALÁCIO DE MARIVENT (REIS DE ESPANHA)
O Palácio de Marivent, em Palma de Maiorca, foi inicialmente atribuído aos então príncipes Juan Carlos e Sofia pelo ditador Francisco Franco em 1973. A partir daí, tornou-se na residência de verão dos Bourbon, ainda que não seja oficialmente propriedade da realeza espanhola, mas sim à Comunidade Autónoma das Ilhas Baleares, a quem foi doada pela viúva do artista egípcio John Saridakis, anterior dono, após a sua morte.
Para a rainha emérita Sofia, Marivent é um local especial por lhe recordar a Grécia, país onde nasceu, paixão que foi herdada pelo filho, o rei Felipe VI, que lá agora passa a época estiva, assim como férias na Páscoa, ao lado da rainha Letizia – que não é a maior fã destas férias maiorquinas – e das filhas do casal, Leonor e Sofia.
Os jardins do palácio, onde podem ser encontradas doze esculturas de Joan Miró, podem ser, durante a maioria do ano, visitados pelo público, exceto quando a família real está a ocupar o espaço.
Entre a lista de ilustres visitantes de Marivent, incluem-se nomes como o rei Carlos III, a princesa Diana, Bill e Hillary Clinton, Barack e Michelle Obama, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez e Mikhail Gorbachev, antigo líder da União Soviética.
ROC AGEL (PRÍNCIPES DO MÓNACO)
Roc Agel situa-se numa zona alta do Mont Agel, montanha localizada na fronteira entre a França e o Mónaco. Foi inicialmente adquirido pelo príncipe Rainier III e, para além de ser um local de férias, este queria que funcionasse também como uma quinta.
"Era a sua ideia. A horta já estava em construção e a minha mãe [Grace Kelly] gostava muito disso. Ela trouxe o milho, que ainda lá temos e que gostamos muito. E temos tomates e curgetes", revelou o príncipe Alberto II.
Apesar do apreço da família pelo local, que dura até hoje, o reduto acabaria por ficar manchado pela tragédia, já que foi numa viagem a sair de lá que se deu o acidente que vitimou mortalmente Grace Kelly no dia 13 de setembro de 1982, com a princesa Stéphanie na viatura.
Também Charlene é adepta de passar tempo em Roc Agel: todos os anos, a ex-nadadora e o monarca organizam uma festa no jardim, e, para além disso, a princesa pode caminhar, fazer jardinagem e outras atividades que o seu estatuto raramente permite.
GRÉCIA (REIS DOS PAÍSES BAIXOS)
Mais recente do que as outras residências listadas, a casa na Grécia do rei Guilherme Alexandre e da rainha Máxima, dos Países Baixos, foi adquirida em 2012, por 4,5 milhões de euros, privilegiando o casal a localização mais recôndita perto da pequena cidade de Kranidi.
Inclui uma piscina, uma marina privada e uma praia privada, de acordo com o ‘Volksrant’, tendo chegado a ter como "vizinhos" o já falecido ator Sean Connery e o presidente russo Vladimir Putin.
O par ganhou um gosto pela Grécia quando frequentou, em 2010, o casamento do príncipe grego Nikalaos e Tatiana Blatnik na ilha de Spetses, não muito longe de Kranidi.
Ainda assim, a residência causou polémica em 2020, quando, em pleno cenário pandémico, a família real neerlandesa viajou até terras gregas num avião pertencente ao Governo, situação que desagradou muito a população, levando a que o monarca recuasse e voltasse ao país natal.
MAGERO (REIS DA NORUEGA)
Localizado na ilha de Tjome. Magero é o retiro privado dos reis da Noruega, desde 1993. No ano anterior, a Coroa abrira um concurso para determinar quem desenharia este local de férias entre os 60 candidatos, segundo um conjunto de pré-requisitos, honra que acabou por pertencer à Lund Hagem Arkitekter.
A propriedade, composta por vários edifícios, está situada numa área militar, controlada pela Força Aérea norueguesa, a quem o rei arrenda o terreno.
Pleno de privacidade, Magero já foi palco de vários eventos importantes para a família real norueguesa, como por exemplo o 45.º aniversário do príncipe herdeiro Haakon.
