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Coronavirus

Jornalista da RTP quebra silêncio e responde a críticas de colegas por causa da polémica com TVI

Hélder Silva do canal do Estado viu-se foi acusado de "ironizar com os erros dos outros" por José Alberto Carvalho. O pivô do 'Jornal da Tarde' responde agora à polémica.
17 de abril de 2020 às 10:08

Durante dois dias, o jornalista Hélder Silva da RTP1 preferiu manter-se em silêncio por causa da grande polémica entre o canal do Estado e a TVI.

O pivô da RTP Porto fechou o 'Jornal da Tarde' com o tema 'Pronúncia do Norte' depois da TVI ter passado uma reportagem no 'Jornal das 8' em que justifica o maior número de infetados e mortos por Covid-19 entre a população do norte por esta ser "menos educada, mais pobre e envelhecida". Um erro pelo qual José Alberto Carvalho e Sérgio Figueiredo já vieram a público pedir desculpas

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A polémica entre as duas estações ganhou contornos institucionais depois da TVI recusar transmitir o discurso do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa gravado pela RTP. 48 horas depois, Hélder Silva responde às críticas: 

"Mantive-me calado durante mais de 48 horas para evitar o agravamento de qualquer cisão num país que, por estes dias, precisa de estar mais unido do que nunca. É, repito, apenas isso que me move. Mas depois de ter lido o que escreveram alguns colegas de profissão – poucos, felizmente, decidi publicar este esclarecimento", começou por escrever. 

"Há dois dias, fiz o que tenho feito desde o início da pandemia. Sugeri uma música para fechar o 'Jornal da Tarde': GNR/Isabel Silvestre – 'Pronúncia do Norte'. Não esperava com isso explicar os motivos da exponencial diferença de número de mortos e infetados pela COVID-19 entre o Norte e o resto do País! Essa explicação já a demos há muito na RTP porque o fenómeno tem semanas", esclarece.

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Contrariando o que foi dito na reportagem da TVI Hélder Silva ressalva que "o vírus não distingue educação, cultura, pontos cardeais, nem pronúncias". "Não ataquei ninguém, não fiz qualquer referência a erros de qualquer estação concorrente. Tudo o que disse é factual. Aparentemente, aos olhos de alguns colegas de profissão – poucos, felizmente – o que fiz é mais grave do que dizer-se e escrever-se que 35% da população portuguesa morre ou está infetada porque é 'menos educada, mais pobre e envelhecida'. Sim, porque o problema não foi apenas aquele título. Aquilo foi dito na reportagem em causa", reforça.

Mas as críticas do jornalista da RTP1 sobem de tom: "Desde o início da Pandemia, apresentei o 'Jornal da Tarde', pelo menos 18 dias. Fechamos praticamente todos com música sugerida por mim. Italiana, quando o surto devastou Itália. Espanhola, quando a epidemia derrotou Espanha. Mas agora que o Norte de Portugal ultrapassou os dez mil infetados, não podia fazer qualquer referência à região sob pena de melindrar quem dividiu em vez de unir, com um 'erro grosseiro' – como os próprios admitiram – que não deveria ter ocorrido nem ali 'nem em jornal nenhum'?! A sério?! A isto chama-se 'virar o bico ao prego'." 

"Como português e não como jornalista ou nortenho, registo com agrado o pedido de desculpas da TVI. Na RTP, vários diretores demitiram-se ou foram demitidos por muito menos. Já pedi desculpas muitas vezes quando errei e mesmo quando disso não tinha qualquer responsabilidade. Registo igualmente algo que não deixa de ser paradoxal. Que alguns profissionais que mais escrutinam a sociedade – poucos, felizmente – sejam tão susceptíveis ao escrutínio dos seus próprios erros. A esses colegas de profissão que se sentiram muito ofendidos, aceitem por favor as minhas desculpas! Agora vou focar-me em fazer o que sempre tentei fazer com rigor: notícias", conclui Hélder Silva.

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