Um amor vivido em segredo! Como o marido de Diogo Infante aceitou ficar anos na sombra
Aquele que é um dos mais talentosos atores da sua geração voltou a elogiar o homem com quem divide a vida, Rui Calapez."39 anos ao teu lado…Celebremos a vida e o amor!" esta foi a mensagem deixada nas redes sociais por Diogo Infante. Uma homenagem ao homem que esteve sempre a seu lado, o marido Rui Calapez. Mas se o ator já não esconde este amor, nem sempre foi assim. O agente e gestor de carreiras de alguns famosos viveu anos na "sombra" para bem da carreira de Diogo.
Portugal demorou a aceitar as relações homossexuais e, muitas vezes, assumir isso publicamente poderia prejudicar ( e prejudicou em alguns casos) a caminhada de quem trabalhava na Televisão, no Teatro, no Cinema, na Música e na Política, só para referir algumas áreas de atividade em que era melhor calar do que expor.
Já o nosso país "aceitava" com mais naturalidade as relações gay, quando Diogo Infante casou com Rui Calapez, com quem está numa relação de quase quatro décadas – três anos depois de o casamento homoafetivo ter sido permitido pela lei portuguesa. Estávamos em 2013. Nessa altura, o ator já havia adotado um filho, Filipe, que celebrou 22 anos em janeiro, e explica agora que este foi um fator decisivo para decidir dar o nó com o seu companheiro.
"Decidi, em primeiro lugar, assumir o meu filho, já estava connosco há alguns anos. Isto já dura há demasiado tempo, ele existe e é demasiado importante para manter em segredo. Não quero manter em segredo porque tenho tanto orgulho nele. Então contactei um jornal, o ‘Expresso’, e propus-lhes dar uma entrevista para poder falar nisso, queria assegurar que a forma era digna e não era desvirtuada, e assim fiz", começou por dizer ao podcast 'Um Homem Não Chora', do jornal 'Público'.
"Mais tarde, quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado, o Filipe foi a primeira pessoa a dizer: 'Então, agora vocês já se podem casar.' Porque isso representava, à época, que a adoção tinha sido singular, porque não era permitida a coadoção por pessoas do mesmo sexo. Portanto, pensei: 'Se acontecer alguma coisa, o Filipe mais uma vez fica desprotegido. Mas, se eu casar, o meu marido tem preferência sobre ele se me acontecer alguma coisa'", descreveu Diogo Infante.
"E foi este o pensamento que me levou a agir. Sabia o risco que estava a correr, no sentido de se tornar público, mas isso era incomparavelmente pequeno com o benefício de lhe dar segurança e conforto. As coisas depois escaparam-nos e fomos parar à capa de um jornal e não restava outra coisa senão assumir o casamento. E foi curiosamente um enorme alívio. Achava que estava tranquilo, mas havia uma parte de mim que tinha omitido, e porquê? Já tinha 40 e tal anos, o que é que tenho para provar? Ficou muito mais fácil a minha vida", acrescentou o também encenador e diretor artístico do Teatro da Trindade.