
A RTP1 atingiu domingo passado a pior audiência de todo o ano. Na média diária, o canal 1 obteve apenas 7,6% de share. Parece um resultado ridículo para uma televisão do Estado, mas a verdade é que o mesmo registo já tinha sido verificado noutro dia de 2022. Precisamente a 20 de fevereiro. O que transforma domingo passado num marco simbólico negativo no desempenho do serviço público é que a 20 de fevereiro o canal teve em média 193 mil espectadores, e agora, dia 28 de agosto, o mesmo share representa menos 22 mil pessoas. Em concreto, 171 mil portugueses acompanharam em média a mais antiga televisão portuguesa. Apenas 1,8% da população acompanhou o primeiro canal ao longo de um dia tradicionalmente dedicado ao convívio familiar, com refeições em casa muitas vezes marcadas pela televisão ligada, ao fundo da sala, e com tardes e serões que proporcionam o aumento do consumo de sofá. É um sintoma do profundo divórcio dos portugueses com a televisão que já esteve no nosso coração coletivo. Não se pense que é um fenómeno isolado. No ano passado, já havia sido registado um resultado muito semelhante, a 27 de junho. Nesse dia, a transmissão de um jogo do Euro na TVI (Bélgica-Portugal, oitavos-de-final) atirou a RTP1 para os 7,5%. Desta vez, este ano, tratou-se de um dia normal, sem qualquer evento na concorrência que justifique a quebra para níveis tão baixos. O que me leva a duas perguntas, que deixo aos leitores: qual será o fundo do poço em que a RTP caiu? E qual será o nível mínimo, abaixo do qual o poder político se verá obrigado a intervir?
Em concreto, 171 mil portugueses acompanharam em média a mais antiga televisão portuguesa. Apenas 1,8% da população acompanhou o primeiro canal ao longo de um dia tradicionalmente dedicado ao convívio familiar, com refeições em casa muitas vezes marcadas pela televisão ligada, ao fundo da sala, e com tardes e serões que proporcionam o aumento do consumo de sofá. É um sintoma do profundo divórcio dos portugueses com a televisão que já esteve no nosso coração coletivo.
Não se pense que é um fenómeno isolado. No ano passado, já havia sido registado um resultado muito semelhante, a 27 de junho. Nesse dia, a transmissão de um jogo do Euro na TVI (Bélgica-Portugal, oitavos-de-final) atirou a RTP1 para os 7,5%. Desta vez, este ano, tratou-se de um dia normal, sem qualquer evento na concorrência que justifique a quebra para níveis tão baixos. O que me leva a duas perguntas, que deixo aos leitores: qual será o fundo do poço em que a RTP caiu? E qual será o nível mínimo, abaixo do qual o poder político se verá obrigado a intervir?
INFORMAÇÃO - UM BOM HORÁRIO
Perdoem-me os leitores a rara exceção de falar de um concorrente, mas como se trata de um elogio creio que se justifica. Emitir o principal formato de futebol às 20 horas é uma excelente opção para um canal como o CNN.prime time Com esta opção de grelha, o canal mantém o futebol no radar, ainda por cima em espaço central do , e combate os noticiários da hora de jantar com vantagem, o que é relevante para a construção da audiência diária. Excelente decisão.
PROGRAMAÇÃO - PERDIDO NA TRADUÇÃO
A imagem é do filme português 'Sonhar é Fácil', de Perdigão Queiroga. O que se ouve e vê é António Silva e Artur Agostinho a dialogar em português de Portugal. Domingo passado, a RTP Memória decidiu emitir o clássico com legendas em inglês. Era bom alguém da empresa explicar qual foi a ideia.
SOBE - CRISTINA FERREIRA
O próximo 'Big Brother' vai ser apresentado por ela e já ninguém estranha a notícia. Ter feito esquecer Teresa Guilherme no formato é o grande triunfo de Cristina Ferreira na apresentação do reality show.
MANTÉM - FILOMENA CAUTELA
O programa de domingo à noite na RTP1 tem potencial, e, apesar dos resultados do canal não ajudarem, representa o regresso da apresentadora aos desempenhos de qualidade. Aguardemos as próximas emissões.
DESCE - NICOLAU SANTOS
É bizarro vir de um profissional como ele, tão atento à portugalidade, a opção de acabar com os jogos de futebol para emigrantes. Se a missão do serviço público pode encolher assim, qual será o limite aceitável até se poder colocar em causa a sua razão de ser?