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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

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Escândalo leva dirigente do bloco de esquerda a demitir-se

Quando um político “passa bem na televisão” e até constrói um discurso que agrada aos seus eleitores, mas é desmascarado em grave contradição, isso é... o fim da carreira de Ricardo Robles.
03 de agosto de 2018 às 19:29
Ricardo Robles
Ricardo Robles

O caso é exemplar a vários níveis. Desde logo, é um bom retrato do Portugal destes anos. Prova como, hoje em dia, é no imobiliário que se fazem fortunas, tal como no passado foi na Bolsa ou nos fundos estruturais. Mas esta história também nos ajuda a descodificar os discursos ideológicos prevalecentes, aqueles que preenchem a maior parte do tempo televisivo dedicado à política.

Robles brilhou porque era um jovem que "passava bem na televisão". Além disso, o antigo vereador é, também, um bom exemplo da forma como os políticos usam a linguagem para construir uma realidade paralela, que, muitas vezes, acaba por se sobrepor à própria realidade real, digamos assim. Na diferença entre o discurso e a prática, Robles não difere em nada da generalidade do poder em Portugal, a chamada "geringonça".

Robles diz uma coisa e faz outra. Não tem sido assim o quotidiano do País? Da afirmação do fim da austeridade, enquanto os impostos disparam, até aos sucessos na educação ou na saúde, enquanto os serviços definham: sobre praticamente todos os temas, a geringonça diz uma coisa, e faz outra. Tal e qual o investidor imobiliário do Bloco de Esquerda.

Não se tratam de simples mentiras, porque essas são relativamente fáceis de desmascarar. Trata-se de colocar a linguagem ao serviço da ideologia: Ricardo preparava-se para ganhar milhões com a recuperação de um prédio, enquanto Robles construía uma carreira política a atacar a especulação imobiliária. Ricardo Robles, no discurso e na prática, é o irmão mais velho, a síntese perfeita, o político-modelo dos anos da geringonça. 

CAMPEÕES? SÓ A PAGAR!

Os sub-19 portugueses são campeões europeus. Ganharam por 4-3 à Itália, na final, emocionante. Só os portugueses com televisão paga puderam ver o jogo,  porque a RTP se alheou. De tal forma que no Telejornal desse dia até situava a conquista, obtida na Finlândia, numa longínqua Georgia 2017! Lamentável.

TÁLIA... ITÁLIA!

Se a RTP se demite das suas obrigações de serviço público, ao ignorar o título europeu dos sub-19, um dos maiores feitos de sempre do desporto português, a SIC Notícias também gosta de assinalar a sua degradação em momentos simbólicos como este, em que Cristiano Ronaldo esteve parte do dia a treinar, pela primeira vez, na cidade de Turim, em Tália. Tália, Itália, naturalmente! 

VERÃO F... DE FRAGOSO

Verão M: série competente da RTP, tão competente que está tudo errado, a começar pelo horário,  inapropriado para o produto. O novo director de Programas da RTP deu a primeira entrevista (aqui, na TV Guia). Defende, como pode, os seus antecessores, tarefa ingrata porque eles o deixaram atulhado de lixo, inutilidades e incompetência, material com o qual tem tentado fazer uma grelha de milagres, sem sucesso. Fragoso diz que "é claro" que a RTP se preocupa com audiências, declaração óbvia e honesta, mas que acentua o labirinto onde ele está metido. 

AUDIÊNCIAS DE JULHO

Continua a queda dos canais de sinal aberto. RTP, SIC e TVI já só têm 48,9% do mercado. Está em grandes dificuldades o canal 1. A nova direcção de Programas, que apanhou tudo armadilhado, não tem produto de jeito, e sofre com a queda dos jornais, resultante de mais erros de casting, na direcção de Informação. A SIC tem o pior mês do ano, em plena transição de poderes. Vida dura para os novos líderes nas duas estações.

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