
Começou uma revolução nos frente-a-frente eleitorais do Ocidente. Essa alteração chega do Brasil, onde um curioso formato no duelo televisivo entre Bolsonaro e Lula, organizado pela Bandeirantes e retransmitido para Portugal por SIC Notícias, RTP3 e CNN, alterou os termos do espetáculo político. Os dois candidatos falaram e movimentaram-se livremente no estúdio, em vez de estarem atrás de púlpitos ou mesas. Dessa forma, conseguiram criar empatia com o espectador, porque se aproximavam da câmara à medida da sua própria intensidade de argumentação. Mesmo quando atacavam o rival, cada um dos candidatos a Presidente do Brasil continuava a falar para o espectador – nesse ponto, Lula foi mais eficaz, porque conseguia entrecortar os argumentos olhando nos olhos o oponente, no momento em que o discurso atingia o pico de intensidade. Dessa forma, Lula conseguiu criar a ilusão de um debate a dois tempos – num primeiro, falava para o espectador, e só depois concluía, enfrentando Bolsonaro olhos nos olhos. Este dispositivo televisivo de debate político tem outra vantagem – como o plano mostra todo o palco, quando um dos candidatos está a falar o espectador consegue ver, lá atrás, a forma como o outro controla o nervosismo, ou prepara a próxima intervenção ao procurar um documento, ou como simplesmente se mantém em pé, na expectativa. Neste particular, também aqui Bolsonaro saiu em desvantagem porque se mostrou mais nervoso, e não conseguia estar quieto quando Lula intervinha. De resto, e tirando a movimentação cénica, os dois políticos tinham um banco de tempo à sua disposição para falarem e sugerirem temas. Desta forma, ambos foram extremamente poupados com as palavras, para não ficarem sem tempo. O efeito foi bom. A audiência foi elevada, e a Bandeirantes quase igualou a líder, Globo, durante o programa. O ritmo acentuado fez deste debate um exemplo para o futuro dos duelos políticos eleitorais no Ocidente. Começou uma revolução.
Os dois candidatos falaram e movimentaram-se livremente no estúdio, em vez de estarem atrás de púlpitos ou mesas. Dessa forma, conseguiram criar empatia com o espectador, porque se aproximavam da câmara à medida da sua própria intensidade de argumentação. Mesmo quando atacavam o rival, cada um dos candidatos a Presidente do Brasil continuava a falar para o espectador – nesse ponto, Lula foi mais eficaz, porque conseguia entrecortar os argumentos olhando nos olhos o oponente, no momento em que o discurso atingia o pico de intensidade. Dessa forma, Lula conseguiu criar a ilusão de um debate a dois tempos – num primeiro, falava para o espectador, e só depois concluía, enfrentando Bolsonaro olhos nos olhos.
Este dispositivo televisivo de debate político tem outra vantagem – como o plano mostra todo o palco, quando um dos candidatos está a falar o espectador consegue ver, lá atrás, a forma como o outro controla o nervosismo, ou prepara a próxima intervenção ao procurar um documento, ou como simplesmente se mantém em pé, na expectativa. Neste particular, também aqui Bolsonaro saiu em desvantagem porque se mostrou mais nervoso, e não conseguia estar quieto quando Lula intervinha. De resto, e tirando a movimentação cénica, os dois políticos tinham um banco de tempo à sua disposição para falarem e sugerirem temas.
INFORMAÇÃO - ORÇAMENTO DE ESTADO
É uma época em que tradicionalmente a informação económica ganha tempo e relevância nos telejornais. Este ano, a entrega e apresentação pública do Orçamento do Estado pelo ministro Medina voltou a cumprir a tradição, talvez com maior impacto que o normal, atendendo à crise que afeta a todos. Temos visto praticamente todos os dias portugueses a contarem as suas dificuldades do dia a dia nos jornais dos três canais. A economia descodificada pela voz dos cidadãos é um avanço significativo na qualidade da informação económica nas televisões.
PROGRAMAÇÃO - 'CRIME, DISSE ELA'
Poucas estrelas atingem uma dimensão tão global como ela. A notícia da morte de Angela Lansbury sensibilizou o mundo. Trata-se de uma atriz que atravessa gerações, porque esteve décadas na ribalta. Para os mais velhos, a série policial que protagonizou continua a ser uma referência. Para os mais novos, o encanto vem da participação em filmes de animação, como a Bela e o Monstro, mesmo que só com a voz e inspirando o desenho de uma personagem. Morreu uma atriz que parecia uma pessoa lá de casa. Doce, familiar, compassiva.
SOBE - CARLOS ENES
Com um conjunto de reportagens nos jornais da estação, começa a marcar a atualidade e a valorizar o canal. Esteve longe da profissão. Em boa hora regressou ao jornalismo para voltar a ser um dos melhores na televisão generalista.
SOBE - JORGE GABRIEL
Agradecer a Goucha por ter saído da RTP, porque, caso contrário, ainda não seria apresentador da 'Praça da Alegria', é um sinal de rara humildade no atual panorama televisivo português. Um senhor!
SOBE - PEDRO SANTOS GUERREIRO
Descodifica os temas económicos no 'Jornal das 8' (TVI) com clareza de linguagem, e com a perceção de que, para o espectador televisivo, só a microeconomia importa. Tudo o resto é palha inútil.