
Venha daí comigo, caro/a leitor/a, neste meu raciocínio: o Benfica é campeão há 10 anos consecutivos
no futebol, nem Sporting nem FC Porto lhe fazem cócegas. O clube tem algumas lacunas, é uma verdade, mas a sua estrutura está muito à frente dos outros e lá vai conseguindo disfarçá-las aos olhos do público. O seu plantel, com muitos dos melhores jogadores, técnicos e administradores do País, faz também a diferença. O trabalho do presidente, obviamente, é incontestável. Porém, de um momento para o outro, ele deixa o seu principal craque ir, de borla, para um dos rivais, convencido pelo seu egocentrismo ou vaidade de que a vitória, essa, nunca estará em risco.
O que aconteceu, entretanto, com a saída do tal craque? O Benfica começa a perder, jogo após jogo,
e imediatamente a hegemonia no futebol português transfere-se para o Sporting. Ou para o FC Porto. Os erros do presidente acumulam-se. Entram e saem jogadores, os que estão, alguns dos melhores do País, são engolidos pelo rival, a estrutura deixa de ser forte como uma rocha. Vive-se na Luz um clima de medo, desconfiança, insegurança e intriga.
O clube está virado do avesso. Assim, de um momento para o outro. A desgraça é tanta, caro/a leitor/a, que até o 2º lugar na Liga está em risco.
Num clube cotado em bolsa, com acionistas e muitos milhões em jogo, continuo sem perceber uma coisa: o presidente, por quem passa toda a gestão, mantém-se estranhamente imaculado na sua cadeira. Sim, como já percebeu, não estou a falar do Benfica, estou a falar da TVI. Como é possível não haver uma demissão?
A RTP, que se aproxima a passos largos do 2º lugar – mais por demérito da TVI do que por mérito seu –, é um fartote. Depois de se saber que a direção de Informação travou a notícia exclusiva de Sandra Felgueiras sobre os escandalosos prémios na TAP (Flor Pedroso pode desmentir o que quiser que a verdade é esta), decidiu ignorar os Jogos Europeus, que decorrem em Minsk. Sem uma equipa de reportagem na capital da Bielorrússia, a coisa – os nossos atletas a ganharem medalhas – vai-se resolvendo com fotos de arquivo nos noticiários. Numa estação pública onde nunca falta dinheiro, uma decisão editorial destas devia fazer rolar várias cabeças. Que vergonha!