
A hábil exploradora da crendice e da ignorância timorata. A riqueza acumulada até limites inimagináveis à custa da procura histérica da eternidade. A habilidade retórica de manipulação manipulando de forma inteligente as ideias mais simples: a salvação dos crentes passa por uma liturgia onde Macedo e seu acólitos conseguem, com a necessária teatralidade, fazer com que Deus vença o Diabo. Muita pregação, muito entusiasmo dramático e, a seguir, os exorcismos que transformam embustes em milagres. Rouba tudo. Fiéis à outras igrejas, leituras bíblicas que são substituídas por releituras a granel e conforme a conveniência. E, por fim, as dádivas. As notas caem como dádiva e não como esmolas. O império de Macedo é um potentado mundial e milhões de almas entregam-lhe muitos mais milhões em dinheiro, pela sua salvação.
A IURD é um dos mais inteligentes negócios das últimas décadas. O seu objecto empresarial é curar a invisibilidade das almas. Como não existem notícias do Céu, serve como garantia do bom negócio a palavra de Macedo e dos seus cúmplices. Pagas e a tua alma será salva. E os crentes crêem.
Sabe-se agora que o negócio também passa pela adopção de crianças. Uma história escura que em nada desabona as outras histórias escuras de Macedo. Em nome da salvação das almas e das grandes, e comprovadas, vitórias contra o Diabo. E que ninguém duvide. O Deus de Macedo vence sempre. O Diabo, com Macedo, está feito num oito. Desta vez, foram crianças portuguesas que estiveram no centro do psicodrama. Nada a apontar. A IURD tem existência legal, paga alguns impostos e o Estado português tolera a orgia. Na verdade, nada tem a apontar aos negócios de Macedo. São como o seu Deus. Porém, se as autoridades descessem à Terra, se não fossem fiéis tão desvelados, há muito que esta trupe estava na cadeia. Por burla e associação criminosa. Mas não está. Continuará a explorar os mais simples. Em nome de Deus.