
Tais práticas, eram incompatíveis com a nova ordem surgida com os enciclopedistas, com o conhecimento científico, com a democratização crescente da cultura humanista que o neo iluminismo transportava. Nos jornais, na literatura surgia, na segunda metade do séc. XIX, a crescente denúncia da barbárie.
Os Miseráveis, de Victor Hugo, O Conde Monte Cristo, de Alexandre Dumas, e, sobretudo, os artigos de Émile Zola, desmascaram essa Justiça injusta, brutal, assente no capricho policial. Por outro lado, a euforia cientista perseguia um objetivo utópico: criar as condições científicas necessárias, ao nível do tratamento da prova, que tornassem a confissão numa prova desnecessária.
Os laboratórios e os institutos de medicina legal substituiriam os verdugos policiais, demonstrando de forma inequívoca que A matou B, sem precisar de qualquer confissão. É este o princípio firmado por Édmond Locard, um dos grandes protagonistas da forma da investigação criminal à luz da nova prova judiciária. A desnecessidade da confissão rompia com a prática da tortura, com a confissão forjada, afirmando o valor dos direitos humanos para todos os cidadãos, incluindo presos.